
Avaliar a frequência da Leucemia Mieloide Aguda “de novo”não Promielocítica Aguda em relação ao total de pacientes com Leucemia Mieloide Aguda do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, analisando características clínicas e laboratoriais dos diagnosticados com essa patologia no período de 5 anos. Avaliar também a remissão da doença nestes pacientes, a ocorrência de complicações, bem como a sobrevida global.
Material e métodoAs informações usadas para chegar aos resultados deste trabalho foram obtidas através da consulta de prontuários, mediante autorização dos pacientes com o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Outras informações também foram obtidas através do laboratório de exames e análises clínicas do hospital como, por exemplo, cariótipo e imunofenotipagem. Para análises dos dados, as informações coletadas foram carregadas numa tabela no computador onde foram analisadas.
ResultadosDos 80 prontuários levantados, apenas 50 (62,5%) diziam respeito a este trabalho (LMA “de novo”não promielocítica). O período de estudo foi de 2016 a 2020. A idade dos pacientes variou de 18 a 89 anos, com média de 55,86 e mediana de 59,5 anos. Com a observação do gráfico de Kaplan-Meier realizado com os dados, a sobrevida ao final de 5 anos foi de 48%. Dentre os analisados, 25 pacientes tinham mais de 60 anos e a mesma quantidade de pacientes tinham menos desta idade. Analisando o desfecho, observou-se a mesma letalidade (52%) em ambos os grupos etários. Além disso, observando apenas os pacientes que foram à óbito, concluiu-se que a sobrevida variou de 0,1 a 25,53 meses, a média deste grupo foi de 4,13 e a mediana foi de 1,93 meses. Do grupo que ainda permanece em acompanhamento, o seguimento variou de 0,13 a 77,37 meses.
DiscussãoAs Leucemias Mieloides Agudas (LMA) são um grupo de doenças que se caracterizam pela proliferação excessiva, não fisiológica, e descontrolada de células jovens da medula óssea. Quando isso ocorre, tais linhagens acumulam-se na medula substituindo ou suprimindo o funcionamento de células que se convertem em células sanguíneas normais. As leucemias mieloides agudas analisadas foram de M0 a M7, excetuando-se as M3 ou promielocíticas. Baseado na literatura que orientou este trabalho, esperava-se que os pacientes com mais de 60 anos tivessem pior prognóstico em comparação a faixa etária mais jovem, embora isso não tenha sido observado na amostra. Isso possivelmente decorre de questões relacionadas ao tamanho da amostra.
ConclusãoA prevalência de LMA não-LPA no ambulatório de hematologia do CHS foi de 62,5%, que atingiu, igualmente, pacientes acima e abaixo da faixa etária de 60 anos. Além disso, pode-se concluir que esta doença tem alta letalidade, observando a sobrevida dos pacientes do momento do diagnóstico até o óbito.