
Descrever caso clínico raro de um paciente diagnosticado com Linfoma de Hodgkin Clássico (LHC) do subtipo rico em linfócitos de predominância esplênica.
MétodoAs informações clínicas e laboratoriais foram obtidas por meio de revisão do prontuário, registros fotográficos dos métodos diagnósticos aos quais o paciente foi submetido e revisão de literatura em base de dados.
ResultadoSexo masculino, 65 anos, diabético, com histórico de infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca de ejeção reduzida, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e doença arterial obstrutiva periférica foi encaminhado ao serviço do HC-UFU para investiação de pancitopenia. No exame clínico destaca-se o baço palpável (classificação Boyd II). A tomografia de tórax apontou aumento dos linfonodos mediastinais, sem alterações de forma e textura, e a tomografia de abdome evidenciou esplenomegalia e lesão nodular focal esplênica. Durante a internação, paciente com sucessivos processos infecciosos. Após melhora do quadro com antibioticoterapia, paciente foi submetido à esplenectomia. A biópsia sugestiva de linfoma foi acompanhada de visualização microscópica de proliferação linfoide pleomórfica compatível com linfoma, periesplenite hialina e arteriosclerose de Monckeberg. O resultado de imuno-histoquímica atestou negatividade de CD20, CD3, BCL6, CD10, MUM1, Vírus Epstein Barr, proteína ALK, BCL2 e ciclina D1. Os seguintes marcadores CD30, CD15 foram positivos e Ki67 positivo em 90%. Os resultados da biópsia foram compatíveis com linfoma de Hodgkin clássico, variante rica em linfócitos. Contudo, 5 dias após a efetivação do resultado diagnóstico, o paciente veio a óbito.
DiscussãoO LHC raramente é diagnosticado por esplenomegalia, apesar da elevada incidência de diagnósticos de LH.
ConclusãoO estudo do caso de LHC rico em linfócitos de predominância esplênica permite o reconhecimento da variedade de incidência do LHC na prática médica. O reconhecimento da raridade do caso contribui para o diagnóstico e tratamento precoces, na tentativa de reduzir a morbimortalidade em pacientes oncológicos.