Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S219-S220 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S219-S220 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
ADMISSÕES NO SUS POR LINFOMA DE HODGKIN NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS
Visitas
298
JA Silvaa, ML Araujoa, EDS Souzab, MEDD Santosc, IA Giocondod, JPF Teixeirae, TR Netod, CFP Oliveiraf, DD Mellof, CP Coimbraf
a Centro Universitário de Excelência (UNEX), Feira de Santana, BA, Brasil
b Universidade Federal do Acre (UFAC), Rio Branco, AC, Brasil
c Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Bauru, SP, Brasil
d Universidade Cesumar (UniCesumar), Maringá, PR, Brasil
e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Porto Alegre, RS, Brasil
f Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo, SP, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Objetivo

Os linfomas constituem um grupo importante, complexo e heterogêneo de distúrbios proliferativos malignos originados a partir das células do tecido linfoide. O Linfoma de Hodgkin (LH) é um tipo raro de câncer que surge a partir de linfócitos B e tipicamente afeta os linfonodos. Nesse contexto, esse estudo visa analisar o perfil epidemiológico das internações, por LH, no SUS brasileiro, no último quinquênio.

Métodos

Trata-se de um estudo populacional, descritivo, retrospectivo, com coleta de dados secundários através do Sistema de Morbidade Hospitalar no banco de dados do DATASUS. A população analisada foi composta pelos pacientes internados, no Brasil, entre o período de maio de 2019 a maio de 2024 em decorrência de LH. Os dados foram estratificados e analisados conforme número total de internações, valor total gasto, valor médio por internação, sexo, raça, faixa etária, número de óbitos e taxa de mortalidade. Por tratar-se de fonte de dados de acesso público, o estudo não necessitou de aprovação pelo comitê de ética em pesquisa e humanos.

Resultados

No período proposto, foram registradas 27.533 internações por LH, com uma média de 5507 casos por ano sendo que o ano de 2023 foi o que atingiu o maior número de hospitalizações registrando 5.787 (21,01%), seguido pelo de 2021 com 5.390 (19,57%) e 2022 com 5.224 (18,97%). Quando analisadas as regiões, houve maior prevalência na região Sudeste com 46,78% (n = 12.881), em seguida a região Nordeste com 26,13% (n = 7.195), Sul com 16,32% (n = 4.496), Centro-Oeste com 6,09% (n = 1.677) e Norte com 4,66% (n = 1.284). Houve um predomínio do sexo masculino com 55,60% (n = 15.309) sobre o feminino com 44,39% (n = 12.224). Em relação a faixa etária, a mais acometida foi a de pacientes entre 20 a 29 anos com 24,33% (n = 6.699), seguida pela de 30 a 39 anos com 17,33% (n = 4.774) e 40 a 49 anos com 10,69% (n = 2.946). Enquanto a menos acometida foram aqueles menores de 1 ano com 0,07% (n = 22). A raça com maior número de pacientes foi a branca com 42,57% (n = 11.722) e a parda com 42,08% (n = 11.588). Essa população ficou um tempo médio de 5,9 dias hospitalizados, seja enfermaria ou UTI, totalizando R$ 72.874.166,63 reais gastos e uma média de 2.646,79 reais por internação. Dentre todos os pacientes internados, 951 foram a óbito representando uma taxa de mortalidade de 3,45%.

Discussão

Os achados desse estudo corroboram com a literatura existente e são consistentes com a epidemiologia do LH, demonstrando maior prevalência de internações em homens jovens com destaque para as faixas etárias de 20 a 29 anos. Outro parâmetro, de grande concordância com a literatura, foi a taxa de mortalidade baixa, isso porque, diante dos avanços no diagnóstico e no tratamento, o número de óbitos pelo LH diminuiu consideravelmente. O valor gasto com o LH foi alto devido ao tratamento quimioterápico, que, apesar de eficaz, ainda apresenta altos custos ao governo. Outro aspecto a ser evidenciado é que não existe uma grande discrepância em relação a etnia porque o número de casos entre brancos e pardos foi semelhante.

Conclusão

Apesar dos custos com o tratamento da doença, a taxa de mortalidade é baixa quando a patologia é tratada de forma eficaz. Diante disso, para minorar os números da mortalidade e gastos ao sistema público de saúde, o diagnóstico precoce é imprescindível, pois quanto melhor for o estadiamento, maiores chances de bom prognóstico do paciente e desfechos clínicos mais favoráveis.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas