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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1152 (outubro 2024)
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MULTIDISCIPLINARODONTOLOGIA
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RELATO DE CASO: AVALIAÇÃO DOS AGRAVOS BUCAIS E SISTÊMICOS EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA
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DM Silvaa, GM Sampaiob, CN Alexandreb, TN Libório-Kimurab,c, OCC Fernandesa
a Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Manaus, AM, Brasil
b Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (HEMOAM), Manaus, AM, Brasil
c Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

A leucemia e alguns quimioterápicos utilizados podem resultar em imunossupressão, tornando o paciente vulnerável às infecções oportunistas, a toxicidade do tratamento pode causar efeitos adversos na cavidade bucal, aumentando a severidade da doença e comprometendo sua eficácia.

Objetivo

Descrever um caso de agravos bucais e sistêmicos em consequência da leucemia linfoide aguda e de seu tratamento em paciente pediátrico.

Materiais e métodos

As alterações de tecido mole da cavidade bucal foram observadas mediante acompanhamento da fase de Indução da remissão do tratamento antineoplásico, nos tempos: D0/D1 – período inicial, D15, e D35 – última sessão da fase inicial da quimioterapia, a evolução do caso foi obtida através de consulta de dados de prontuário.

Relato de caso

Paciente de 7 anos, sexo feminino, apresentava sinais de astenia, palidez, dificuldade de concentração na escola; evoluiu com febre diária e persistente, apresentando adenomegalias bilaterais e sinais de pneumopatia, sendo internada para investigação. Os exames laboratoriais evidenciaram células sugestivas de blastos e bicitopenia: hemoglobina: 8,8 g/dL, leucócitos: 3.700/mm3, (blastos: 0, Neutrófilos: 1.961/mm3), plaquetas: 400.000/mm3. O mielograma evidenciou a presença de 62.5% de blastos, enquanto na imunofenotipagem foram observados 50% de blastos com imunofenótipo de células B, confirmando o diagnóstico de leucemia linfoide aguda do tipo B (LLA-B). A paciente iniciou a fase de indução do protocolo IA do BFM 2009, não apresentando lesões bucais. Após duas semanas (D15), a criança evoluiu com cefaleia frontal frequente, associada à fotossensibilidade. Durante exame bucal, observou-se ressecamento labial com descamação epitelial, na qual a paciente relatou ter “puxado”o tecido descamado, formando lesão ulcerada nos lábios superior e inferior. O tratamento da lesão, foi feito por laserterapia, apresentando melhora no dia seguinte. Os exames laboratoriais indicaram hemoglobina: 7,7 g/dL, leucócitos: 600/mm3, plaquetas: 39.000/mm3; doença residual mínima: 1,5%, além da presença de Acinetobacter baumanii em hemocultura. Ao final da fase de indução (D35), o exame intraoral indicou discreta hiperemia em lábio inferior, sugestivo de lesão traumática; na língua, observou-se a presença de papilas fungiformes edemaciadas, com coloração castanho-escuro, indolor à palpação; e placa esbranquiçada, não removível, indolor, localizada na gengiva inserida, na extensão dos elementos: 11, 21 e 22, sugestivo de hiperceratose. O novo hemograma evidenciou os valores de hemoglobina: 7 g/dL, leucócitos: 680/mm3, plaquetas: 108.000/mm3. A paciente recebeu concentrado de hemácias filtradas e irradiadas e foi transferida para o isolamento por apresentar Burkholderia cepacia em hemocultura. Até o momento, a paciente segue internada para realização da segunda fase da quimioterapia.

Discussão

Os baixos índices hematológicos encontrados no decorrer da fase de indução sugerem que haja relação entre o comprometimento sistêmico e o aparecimento de alterações na cavidade bucal, que podem evoluir para lesões extensas e ser foco de infecções, aumentando a severidade da doença.

Conclusão

O acompanhamento odontológico é de fundamental importância para o sucesso da quimioterapia e para melhorar o cuidado e a qualidade de vida das crianças oncohematológicas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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