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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S478-S479 (outubro 2022)
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Open Access
RELATO DE CASO: ANTI-DIB ENCONTRADO NA ROTINA MATERNIDADE DE UM LABORATÓRIO DE REFERÊNCIA EM IMUNO-HEMATOLOGIA DE SÃO PAULO
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BN Ferreira, FS Barbosa, EP Araujo, CG Andrade, M Valvasori, LFF Dalmazzo, SD Vieira
Grupo GSH, São Paulo, SP, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
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Introdução

O grupo sanguíneo Diego teve seu primeiro relato com o antígeno Dib em 1967. É composto por 22 antígenos, sendo os mais imunogênico dois alelos autossômicos codominantes conhecidos como Dia e Dib, que diferem em uma sequência nucleotídica do gene SLC4A1. Hoje sabe-se que o fenótipo Di(a-b+) é mais comumente encontrado em caucasianos e asiáticos, e expressos tanto nos eritrócitos quanto em algumas células renais. Pela sua capacidade de induzir a formação de imunoglobulinas IgG1 e IgG3, seu potencial imunogênico tem grandes chances de desenvolvimento da Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN).

Objetivo

Relatar caso de anti-Dib encontrado na rotina maternidade realizada pelo laboratório de referência de imuno-hematologia de São Paulo em junho/21.

Matérias e métodos

A rotina maternidade consiste nos testes de maiores relevância: Tipagem ABO/Rh, Fenotipagem dos Sistemas Rh+Kell, Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) e Teste de Antiglobulina Direta (TAD). Todos os testes são feitos no equipamento Immucor NEO 2.0®. No caso das mães com PAI positiva, é necessária a confirmação pelas técnicas em gel em LISS/Coombs e Enzima, com os reagentes ID-BioRad®, e a identificação de anticorpos irregulares em painel com 11 hemácias com antígenos pré-estabelecidos. Já os recém-nascidos (RN), em casos de TAD positivo, é realizado o eluato pela técnica do Elukit (Immucor®) utilizando o mesmo painel. Na necessidade de titulação de anticorpos, a técnica de titulação seriada é feita com hemácias conhecidas e o soro contendo o anticorpo pela técnica em gel.

Resultado

Nesse caso em específico, ambos resultados dos painéis apresentaram reações positivas com todas as hemácias, sugerindo então, um possível anticorpo de alta frequência ou a presença de múltiplos anticorpos. Com isso, foram realizadas fenotipagens na amostra da mãe e utilizadas hemácias raras da nossa hemateca para a identificação do possível anticorpo. Após a análise dos resultados, foi identificado a presença de aloanticorpo Anti-Dib no soro da mãe e, também, no eluato do RN. Pela imunogenicidade do anticorpo em questão, foi necessário determinar sua concentração, afim de comparar a expressão do antígeno em ambas as amostras, pela técnica de titulação. A amostra da mãe demonstrou título de Anti-Dib 1/2048 e a amostra do RN 1/256, sendo, ambos os casos considerados, anticorpos em alto título.

Discussão

Na rotina da maternidade do laboratório de referência a identificação do Anti-Dib foi o primeiro caso de anticorpo de alta frequência. Sendo assim, é importante que as informações dos pacientes (diagnósticos, transfusões e medicamentos) sejam avaliadas, podendo ajudar na elucidação dos casos de alta complexidade. Devido possibilidade em causar a DHRN, o Anti-Dib é de suma importância para a investigação, principalmente no suporte transfusional, cujo doares com fenótipos raros são convocados, uma vez que as provas de compatibilidade são sempre realizadas no laboratório de imuno-hematologia.

Conclusão

Como trata-se de anticorpo raro, é incomum ter reagentes comerciais disponíveis para realização de fenotipagem confirmatória. Deste modo, nota-se a importância de ter a disponibilidade de uma hemateca e mantê-la atualizada, para casos como esse.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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