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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1206 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1206 (outubro 2024)
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QUANDO AS CRIANÇAS PODEM OLHAR DE FRENTE PARA O SEU ADOECER: GRUPOS DE ENCONTRO E ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO A PACIENTES PEDIÁTRICOS EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO
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299
H Chiattone, RC Rocha, BAD Santos
HC Núcleo de Assistência Psicológica Hospitalar, São Paulo, SP, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

Este trabalho objetiva caracterizar os grupos e acompanhamento psicológico de pacientes pediátricos, em tratamento oncológico, como ferramenta eficaz de cuidado, por resgatar capacidades, instigando recursos de enfrentamento positivos.

Material e método

Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, conduzido na rotina do Psicólogo em 2024. Utilizamos a pesquisa retrospectiva de evoluções de prontuários no sistema e as planilhas diárias de controle de atendimentos, além da planilha de produção mensal. Foram realizados 14 grupos de crianças, caracterizadas como grupos operativos, abertos, temáticos, com enfoque terapêutico, contando com a participação de todos os acompanhantes presentes. Os grupos são semanais e também ocorrem atendimentos psicológicos prévios individuais.

Resultados

As avaliações psicológicas prévias apontaram manifestações psíquicas e comportamentais de impotência, dificuldades de adaptação a internação prolongada, tédio por falta de estímulos, medo do avanço da doença, preocupação com intercorrências, luto pela perda da saúde, desesperança, agressividade, alterações de humor e desejo pela cura e término de tratamento. Como principais intervenções psicológicas, foi registrado a escuta ativa, acolhimento, fortalecimento de mecanismos de enfrentamento, avaliação de mecanismos de defesa, manejo de manifestações de angústia, orientações comportamentais, aplicação de técnicas de distração terapêutica e relaxamento. São ofertadas atividades gráficas; desenho, colagem, prontuário afetivo e escuta ativa. As atividades são realizadas individualmente no primeiro momento para melhor anamnese e orientação, mas também são realizadas atividades em grupos para melhor adaptação do paciente e familiar que passam por situações adversas advindas do tratamento e ambiente hospitalar.

Conclusão

Constatamos que a avaliação psicológica prévia e os grupos de crianças oncológicas são ferramentas eficientes para que os pacientes possam vivenciar experiências semelhantes às de seu dia-a-dia e, com isso, podem generalizar com maior rapidez os seus ganhos. Em grupo, verificamos que os pacientes podem entrar em contato com um maior número de situações problema e visualizar saídas mais condizentes, aumentando seu repertório de respostas positivas na vivência da hospitalização e tratamento. pois os membros do grupo são modelos mais eficazes. Nessa medida, temos verificado que a intervenção terapêutica tem sido imediata, pelo alívio da angústia aguda. A prática tem se revelado eficaz ao responder às necessidades ou capacidades eletivas dos pacientes. Em grupo, as crianças conseguem comunicar-se melhor, tanto através da linguagem verbal quanto por meio de uma linguagem simbólica, proporcionando ao psicólogo a possibilidade de observar seu comportamento, interpretando o significado de seus jogos e de suas interações. Além disso, a troca recíproca de pensamentos e sentimentos entre pacientes e acompanhantes revela-se vantajosa na medida em que se apercebem que outras pessoas semelhantes vivenciam as mesmas angústias, dificuldades, dúvidas e deixam de se sentir únicos nessa jornada permeada de conflitos e incertezas. Aprender que seus problemas não são únicos e que podem ser compartilhados com demais pessoas pode promover uma troca mais rápida de informações e ressignificação do processo de adoecimento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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