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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S287 (Outubro 2022)
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HEMOSTASIA E PAREDE VASCULAR: TROMBOSE
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PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA PÓS-COVID-19
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CG Carneiroa, DSC Quaresmaa, JL Vieitasa, CS Cunhaa, CD Militãob
a Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ, Brasil
b Hospital Unimed de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ, Brasil
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O objetivo deste relato de caso é disseminar, para a comunidade médica, o caso abordado, a fim de relacionar a púrpura trombocitopênica trombótica e a COVID-19. Foi realizado um estudo observacional descritivo baseado na análise de um prontuário do caso de uma paciente internada no Hospital da UNIMED de Volta Redonda-RJ, onde as informações foram tratadas e analisadas, e, foram levados em conta os dados das condutas e das prescrições realizadas no período da internação. Mulher de 22 anos, deu entrada no pronto socorro com quadro de agitação psicomotora de início súbito, associado a relato de fala desconexa, com utilização de sedação progressiva sem eficiência. No exame físico a paciente se encontrava confusa, levemente agitada, eupneica sob cateter nasal de O2, hemodinamicamente estável, acianótica, levemente ictérica, afebril, hipocorada, hidratada e sem déficit motor. A ausculta cardiovascular com ritmo cardíaco regular em dois tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros ou extrassístoles. Foi monitorizada, apresentando taquicardia sinusal com frequência cardíaca de 154bpm. Escala de coma de Glasgow de 14 pontos. Glicemia capilar de 131mg/dl. Sem evidência de sangramento atípico. Exames laboratoriais: Hemácias 1.47milhões/mm3, hemoglobina 4.7 g/dL, hematócrito 14.3%, VCM 97fl, plaquetas 9.000/mm3, reticulócitos 14,2%, creatinina 0.58, bilirrubina indireta 1,26mg/dl, haptoglobina <8 mg/dL, LDH 1228U/l, PCR <5 mg/dL, INR 1,23. As sorologias de Citomegalovírus, Epstein-Barr, Herpes, HIV, Hepatites A, B e C foram realizadas e com resultados inespecíficos para a sintomatologia da paciente. Esfregaço de sangue periférico com presença de esquizócitos(3+/4+). Tomografia de crânio normal, tomografia de tórax com opacidades em vidro fosco nos segmentos pendentes dos pulmões, um pouco mais evidente a esquerda, fina lâmina líquida junto ao recesso pericárdico superior. Após 1 semana o teste rápido e o Swab nasal (RT-PCR) para COVID-19 foram realizados ambos apresentaram resultados negativos, porém a sorologia IgG para COVID-19 retornou reagente. Posteriormente foi realizado o exame de Perfil de atividade e inibidor da ADAMTS13, e pela baixa atividade do ADAMTS13 (<7%) e com o teste reagente para inibidores anti-ADAMTS13, pode-se confirmar o diagnóstico de PTT. Foi transferida para a UTI, recebeu plasmaféreses, pulsoterapia com metilprednisolona, posteriormente iniciou tratamento com Rituximabe até evoluir com alta hospitalar. A PTT constitui um distúrbio hematológico caracterizada pela oclusão disseminada na microcirculação no qual as infecções em geral estão entre os principais fatores que desencadeiam o transtorno por meio da ativação endotelial. A ocorrência de uma infecção prévia por COVID-19 na paciente do caso corrobora a hipótese de que essa condição hematológica esteja relacionada a uma complicação da infecção pelo coronavírus. A COVID-19 é uma das várias causas possíveis de PTT adquirida. A desregulação imunológica causada pela infecção tardia por SARS-CoV-2 pode ter precipitado esse distúrbio hematológico. Mais estudos devem ser publicados para confirmar se de fato existe o fator causal entre essas duas condições.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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