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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S402-S403 (Outubro 2022)
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PRINCIPAIS MOTIVOS DE ATRASO NO PROCESSO TRANSFUSIONAL
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EM Taguchi, JPB Filho, AJP Cortez
Associação Beneficente de Coleta de Sangue (COLSAN), São Paulo, SP, Brasil
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Objetivos

Verificar os principais motivos que levaram ao atraso do início da transfusão nos pacientes dos Hospitais atendidos pela Associação Beneficente de Coleta de Sangue – COLSAN.

Materiais e métodos

Foram contabilizadas e analisadas todas as requisições de solicitação de transfusão durante 1 ano (maio de 2021 a maio de 2022) das 55 agências transfusionais gerenciadas pela COLSAN. Verificado a modalidade da transfusão solicitada pelo médico assistente de acordo com a Portaria vigente, sendo padronizado o atendimento de emergência de forma imediata, urgência em até 3 horas e rotina até 12 horas. O prazo foi considerado a partir do horário que o médico assistente realizou o pedido até o horário de retirada/entrega do hemocomponente para transfusão. Caso o pedido tivesse mais de uma unidade ou hemocomponentes diferentes o prazo era até a entrega da primeira unidade. Caso o prazo de atendimento excedesse a modalidade assinalada, o motivo do atraso era sinalizado e os dados compilados em formulário padrão em planilha para análise.

Resultados

No período de maio de 2021 a maio de 2022 foram recebidas 122.274 requisições de transfusões. Deste total, 26.347 (21,41%) tiveram atrasos no processo transfusional. Do total que tiveram atraso, os principais itens apontados foram: 7.517 (28,53%) devido demora na retirada do hemocomponente na agência transfusional pela enfermagem do Hospital, 6.605 (25,07%) devido atraso na coleta da amostra por parte da enfermagem do Hospital e 2.529 (9,60%) devido atraso no envio da amostra ou pedido para a agência transfusional. Outros itens citados com uma porcentagem menor, porém que dependem do Hospital são: atraso na transfusão pois o paciente está sem acesso venoso ou está recebendo alguma medicação, mudança de turno de trabalho, paciente indisponível pois foi realizar exames, ausência de enfermeiro no setor para o acompanhamento da transfusão, etc. (9,75%). Itens que dependem dos processos internos da COLSAN como, atraso no preparo do hemocomponente, atraso no recebimento do hemocomponente e atraso devido envio de amostra para o setor de imunohematologia, correspondem a 4.145 (15,73%) do total de atrasos.

Discussão

Nos Hospitais em que a gestão da agência transfusional é da COLSAN a responsabilidade pela coleta e instalação do hemocomponente é da enfermagem do hospital cliente. Principalmente durante a pandemia houve muita rotatividade e sobrecarga de trabalho dos profissionais da saúde. Falta de colaboradores e pouca experiência podem ter contribuído para os atrasos relacionados a enfermagem. Os médicos assistentes que realizam a requisição transfusional podem também estar assinalando de forma equivocada a modalidade da transfusão. Pacientes estáveis em que a transfusão poderia acontecer durante rotina são assinaladas como urgência. Os atrasos destas requisições não tiveram consequência negativa para o paciente o que não justificaria a modalidade de urgência assinalada pelo médico.

Conclusão

O monitoramento das principais causas de atrasos do processo transfusional foi fundamental para que pudéssemos acompanhar e mostrar aos Hospitais os pontos críticos de todo o processo. Treinamentos com a enfermagem e corpo clínico são essenciais para mostrar a importância de todo processo e trabalhar conjuntamente para a diminuição dos atrasos. A comunicação entre o médico assistente e o médico hemoterapeuta também é importante para que em conjunto possam verificar as transfusões dos pacientes cuja as amostras precisam ir para o setor de imunohematologia. A ciência sobre o cumprimento dos prazos previstos na legislação é primordial para que a transfusão aconteça de forma segura, eficaz e não prejudicial ao paciente.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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