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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2484
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PREVALÊNCIA E PERFIL DE ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA EM RECEPTORES DE TRANSFUSÕES ATENDIDOS PELO HEMOCENTRO REGIONAL DE LAGES/SC
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KV BORGES, MAT DA ROSA
Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC), Lages, SC, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A identificação da prevalência e do perfil de aloimuninização em receptores de sangue é fundamental para a eficiência dos protocolos adotados pela instituição, gerenciamento de estoque de bolsas fenotipadas, e principalmente garantir a segurança do processo transfusional, prevenindo a aloimunização eritrocitária.

Objetivos

Avaliar a prevalência e o perfil de aloimunização eritrocitária em receptores de transfusões atendidos pelo Hemocentro Regional de Lages, identificando a frequência de anticorpos irregulares, suas especificidades e fatores associados.

Material e métodos

Os dados foram levantados a partir das informações contidas no sistema informatizado do Hemocentro Regional de Lages, no período de janeiro de 2024 a junho de 2025. As seguintes variáveis analisadas foram: gênero, idade, especificidade do anticorpo, associação de anticorpos irregulares e diagnóstico. Critérios de inclusão: Pacientes com histórico de pesquisa de anticorpos irregulares negativa ou positiva, que receberam concentrados de hemácias na instituição e que após houve o aparecimento de anticorpos irregulares, com registro de notificação ao Sistema Nacional de Hemovigilância (SNH).

Resultados

De um total de 888 pesquisas de anticorpos irregulares realizadas no período, foram verificados 13 casos de reações transfusionais classificadas como aloimunização, onde 8 (61,5%) eram do sexo feminino e 5 (38,5%) do sexo masculino. A prevalência da idade dos pacientes foi de 60 anos ou mais (69,2%). Foram encontrados 18 aloanticorpos, sendo eles: anti-E 7 (39,0%), anti-c 2 (11,1%), anti-Di(a) 2 (11,1%), anti-K 2 (11,1%), anti-Jk(b) 2 (11,1%), anti-S 2 (11,1%), anti-Lu(a) 1 (5,5%). Destes 13 pacientes, 4 desenvolveram múltiplos aloanticorpos e 9 desenvolveram aloanticorpos únicos. Nos 4 pacientes (30,7%) foram encontradas associações de aloanticorpos e as combinações mais frequentes foram dos anticorpos dos sistemas Rh e/ou Kidd. Em relação ao diagnóstico, verificou-se que a maior ocorrência foi em onco-hematológicos (4), oncológicos (4), ginecológico (1), hepatopatia (1), gastrointestinal (1), renal (1) e próstata (1).

Discussão e conclusão

O nosso estudo demonstra que a prevalência de aloimunização (1,46%) foi próxima do limite inferior descrito pela literatura, o que acredita-se ser resultado dos protocolos adotados em nosso serviço. Dos 13 casos encontrados, houve prevalência em pacientes do sexo feminino e idosos. Os aloanticorpos contra o sistema Rh foram os mais prevalentes neste estudo, em destaque para o antígeno E, estando em concordância com a literatura, devido a sua alta imunogenicidade. Foi evidenciada uma relativa prevalência do anti-Di(a) na população do estudo, em decorrência da presença deste antígeno com maior frequência em doadores brasileiros. O aparecimento do anti-Jk(b) ocorreu em associação com outros aloanticorpos, que coincide com a literatura. Os diagnósticos com maior frequência (onco-hematológicos e oncológicos) evidenciam que pelo fato dos pacientes geralmente serem submetidos a terapia transfusional, há um aumento na probabilidade de formação de aloanticorpos irregulares. Reforça-se que existem fatores intrínsecos ao paciente que podem influenciar a aloimunização, como: idade, etnia, estado imunológico e resposta imunológica a antígenos não próprios. Os resultados demonstram a importância dos protocolos de fenotipagens eritrocitárias como profilaxia, garantindo maior segurança e eficácia à terapia transfusional. Além disso, enfatiza-se a importância dos casos de aloimunizações serem notificados ao SNH.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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