Avaliar a prevalência de morbidade hospitalar por Leucemias em geral no estado do Piauí, de 2017 a 2022.

A pesquisa foi realizada a partir de um estudo transversal ou ecológico, onde foram utilizados dados secundários referentes a prevalência de internações e óbitos por Leucemias, sem necessariamente avaliar cada tipo de forma exclusiva, no estado do Piauí, na região do Nordeste Brasileiro, de janeiro de 2017 a maio de 2022, disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Os dados foram agrupados no sistema do Microsoft Excel® e em seguida foi realizada uma análise estatística descritiva, frequência absoluta e relativa.

Na análise dos resultados, foram registrados o total de 2304 internações e 165 óbitos por Leucemia no estado do Piauí, entre os anos de 2019 e 2022. Os casos de internação foram predominantes em indivíduos do sexo masculino (58,0%) e faixa etária de 5 a 9 anos (20,9%). A maior prevalência de internações confirmados ocorreu em 2019, totalizando 779 (33,8%) casos de internações. O número de óbitos foi maior no ano de 2019, onde foram contabilizados 67 (40,6%%) casos. Quanto a cor/raça, observou-se a predominância da cor/raça parda nas internações (84,7%) e óbitos (86,7%).

A leucemia é um tipo de câncer dos glóbulos brancos, havendo o acúmulo de células anormais na medula óssea, substituindo as células normais. Existem vários tipos de leucemia, sendo os 4 principais: Leucemia Mieloide Aguda (LMA), Leucemia Mieloide Crônica (LMC), Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e Leucemia Linfoide Crônica (LLC). Estudos epidemiológicos sobre essa doença relatam uma prevalência de 54,7% no sexo masculino, o que se aproxima dos resultados do estudo realizado, no qual se obteve 58%. Em relação à faixa etária, a literatura revela que a maior prevalência dessa patologia é em indivíduos com mais de 65 anos, o que não foi evidenciado no presente estudo, cuja faixa etária predominante foi a de 5 a 9 anos (20,9%). Além disso, a literatura também relata que os casos de leucemia se sobressaem na cor/raça branca, informação contrastante com o resultado obtido, que refere a cor/raça parda como a prevalente tanto nas internações (84,7%) quanto nos óbitos (86,7%) no Piauí, o que pode ser um reflexo da prevalência da população parda no estado. Esses achados reforçam a necessidade da adoção de políticas de saúde voltadas para os segmentos de menor suporte socioeconômico para que possam ter acesso ao diagnóstico em tempo oportuno, controle e tratamento adequado e imediato, já que quando mais rápido se iniciar o tratamento, melhor o prognóstico.

De acordo com os resultados obtidos, nota-se que houve expressiva morbidade hospitalar provocada por Leucemias no estado do Piauí. Então, torna-se crucial ter profissionais bem qualificados, aptos para reconhecer os sinais e sintomas dessa doença e encaminhar para profissionais hematologistas ou até mesmo diagnosticar e tratar, e divulgar informação à população, para que estes possam buscar ajuda médica assim que perceberem qualquer alteração na própria saúde ou dos familiares.