Objetivos: Descrever as internações hospitalares por febre hemorrágica devido ao vírus da dengue (FHD) no estado da Bahia, através da lista de morbidade do CID-10 (A-91) no período de maio de 2010 a maio de 2020, quanto aos custos de hospitalização, características sociodemográficas e mortalidade. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS) do Ministério da Saúde, tabulados em gráficos e tabelas no programa Microsoft Excel 2016. Resultados: Entre maio de 2010 e maio de 2020, no estado da Bahia foram registradas 1515 internações por FHD. Nesse período, ocorreu uma diminuição de 83,29%, entretanto com um aumento em 2019 (240 internações). A média de permanência do período de internação foi de 5 dias, com diminuição de 4,34%, sendo o valor médio por internamento de R$ 508,64. A taxa de mortalidade foi de 5,2 óbitos/100 internações, predominante nos indivíduos acima de 50 anos (55,75%) e no sexo feminino (58,89%). 26,22% das internações ocorreram na cor/raça parda e 51,89% ocorreram no sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 5-9 (17,5%) anos, seguida de 10-14 anos (16,77%). Discussão: A FHD é uma doença infecciosa de elevada mortalidade e pode ser causada por quatro sorotipos virais diferentes. Os sintomas iniciais se assemelham ao da dengue clássica, no entanto, os pacientes evoluem rapidamente para quadros hemorrágicos, derrames cavitários, instabilidade hemodinâmica e/ou choque. Entre maio de 2010 e maio de 2020, a Bahia apresentou a sexta maior incidência de casos de FHD do Brasil. A distribuição etária e por gênero não mostra predomínio acentuado em nenhuma delas, pois a suscetibilidade ao vírus é universal. Todavia, estudos apontam predomínio em indivíduos com infecções secundárias, afetados por sorotipos diferentes, sendo a maioria desses casos relatados nas faixas etárias abaixo dos 16 anos. Além disso, amostras analisadas por RT-PCR até abril de 2020 mostram a co-circulação dos sorotipos DENV-1 e DENV-2 no estado. A incidência e a mortalidade foram maiores nos indivíduos pardos, grupo étnico majoritário no estado, e não foram observadas diferenças significativas dos óbitos quanto à variável gênero, conforme as estimativas nacionais. Os óbitos na Bahia representaram 6,8% dos nacionais por FHD, sendo mais letal na faixa etária de 60 a 69 anos na proporção de 1:5, e pode estar relacionadas às múltiplas co-morbidades. Conclusão: Dessa maneira, é importante a aplicação de medidas de prevenção e controle, como notificação de casos suspeitos ao Serviço de Vigilância Epidemiológica, manejo ambiental (minimizar a propagação do vetor) e controle químico em casos de epidemia. É necessário promover educação em saúde tornando a comunidade parte ativa no processo de combate e prevenção ao vírus da dengue e, consequentemente, a FHD.
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