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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S183-S184 (outubro 2024)
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PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES DE SAÚDE (PICS) NO HEMOCENTRO UNICAMP: IMPORTANTES ALIADAS NO MANEJO DE PACIENTES COM NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS
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BD Benites, AA Azevedo, FGOM Manoel, GFA Pinto, E Tadini
Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Objetivos

Em 2021 foi criado o Ambulatório de Terapias Complementares do Hemocentro UNICAMP, com o objetivo de oferecer Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) a pacientes com doenças hematológicas em cuidados paliativos e seus cuidadores. Os atendimentos ocorrem semanalmente, com equipe multidisciplinar, provendo terapias da Medicina Tradicional Chinesa (acupuntura, auriculoterapia, craniopuntura de Yamamoto e terapia com stipers) e técnicas de respiração e relaxamento (pranayamas do Yoga e meditação) com o objetivo de mitigar os principais motivos de referenciamento: dor, insônia, ansiedade, e eventos adversos de quimioterapia. Este trabalho descreve os resultados de implementação e a análise dos desfechos reportados pelos próprios pacientes.

Material e métodos

Análise retrospectiva de dados do sistema de agendamento e de prontuários, compilando: número de pacientes atendidos, número de consultas realizadas por paciente, motivos para procura/ encaminhamento e desfechos reportados pelos pacientes, apresentados como análise quanti-qualitativa.

Resultados

Até julho/24 (40 meses), o ambulatório registrou 404 consultas para 78 pacientes: 38 com neoplasias hematológicas, 33 com doenças falciformes, e 7 cuidadores. A mediana de consultas foi de 3 (1 a 24), sendo que 58 (74,3%) retornaram pelo menos 1 vez, indicando boa aceitação por parte dos pacientes. Em relação especificamente aos 38 pacientes em seguimento por doenças onco-hematológicas, tinham como diagnóstico: Doença de Hodgkin (04), Linfomas não Hodgkin (06), LLA (01), LLC (03), LMA (05), Neoplasias mieloproliferativas crônicas (05), Mieloma múltiplo (12) e Anemia Aplásica (02). Os principais motivadores de procura foram: dor crônica (em 55% deles), neuropatia (13%), ansiedade (53%), fadiga (13%), insônia (42%), náuseas (5%), constipação (5%) e inapetência (3%) – situações de difícil manejo e nem sempre aprofundadas nas consultas de seguimento oncológico. Todos os pacientes receberam auriculoterapia chinesa, associada a terapia com stipers em 25 (66%) deles, técnicas de respiração/meditação em 15 (39%) e acupuntura sistêmica ou craniopuntura em 6 (16%). Daqueles com pelo menos 1 retorno, houve melhora da dor em 9 dos 21 que procuraram por essa queixa (43%), sendo 3 de forma completa e 6 parcialmente; melhora do quadro de ansiedade: 50% (10/20); no sono: 69%(11/16); constipação crônica 50%(1/2); neuropatia: 20% (1/5); apetite e náuseas: 33% (1/3); disposição geral: 40% (2 dos 5 pacientes com queixa de fadiga), e descontinuação de medicações em 3 dos 38 pacientes (8%): gabapentina em 1 deles e indutores de sono em outros 2 pacientes.

Discussão

Os resultados demonstram a factibilidade da implementação de PICS em um serviço de saúde de alta complexidade e, de forma pioneira, com foco específico em doenças hematológicas. Os resultados estão alinhados com o objetivo de melhoria na qualidade de vida, controle de sintomas e diminuição no uso de medicações. Além dos pacientes, os atendimentos nesse ambulatório estendem-se a seus cuidadores (que frequentemente têm sua saúde negligenciada), contribuindo de forma direta no bem-estar de toda a família.

Conclusão

O oferecimento de PICS pode elevar a qualidade do cuidado de pacientes com doenças onco-hematológicas em cuidados paliativos, melhorando significativamente a qualidade de vida. Sua disseminação deve ser incentivada, já que as técnicas utilizadas são simples, de baixo custo e fácil replicabilidade, mesmo no âmbito do SUS.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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