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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1225 (outubro 2024)
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POLIMORFISMOS GENÉTICOS E LEISHMANIOSE VISCERAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
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MEN Taia, LF Ananias, ACDM Carneiro, HM Souza, SCSV Tanaka
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
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HEMO 2024

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Objetivos

A leishmaniose visceral (LV) é uma doença causada por protozoários do complexo Leishmania donovani , de maior incidência em países em desenvolvimento. A progressiva urbanização alterou seu padrão de transmissão, que envolve contato dos insetos vetores com hospedeiros, como cães e humanos. A disseminação hematogênica e linfática do parasito leva à infecção das células do sistema fagocítico mononuclear, principalmente em baço, fígado e medula óssea, o que pode resultar em um quadro assintomático ou sintomático, com manifestações hematológicas consideráveis, como pancitopenia, hemólise e fibrinólise. A resposta imunológica do hospedeiro, influenciada por citocinas, estado nutricional, idade e predisposição genética desempenha um papel crucial no prognóstico. Estudos genéticos em populações endêmicas identificaram variantes cromossômicas associadas à susceptibilidade à LV ou à proteção contra esta, sugerindo uma relação direta da genética no desenvolvimento da infecção.

Material e métodos

Esta revisão sistemática foi estruturada conforme o protocolo PRISMA. Foram incluídos artigos primários, do tipo caso-controle, cuja temática abordasse a relação entre polimorfismos genéticos em humanos e leishmaniose visceral, nos idiomas português, inglês ou espanhol, sem data limite de abrangência de publicação. A busca pelos estudos foi realizada nas bases de dados EMBASE, LILACS, PUBMED, SCIELO, SCOPUS e WEB OF SCIENCE, mediante as palavras-chave (“genetic polymorphism” OR “variant” OR “genetic variant” OR “SNP”) AND (“visceral leishmaniasis”).

Resultados

Foram encontrados 3483 artigos, remanescendo 16 após exclusão de duplicatas e de textos não pertinentes à revisão após leitura integral. As pesquisas foram realizadas majoritariamente na Índia e Irã, incluindo um total de 4197 indivíduos (1641 casos e 2556 controles), com predominância do sexo masculino e da terceira década de vida. Dentre as técnicas mais utilizadas na investigação de polirmorfismos O sequenciamento direto e a PCR foram as técnicas mais comumente utilizadas na investigação dos polimorfismos genéticos. Foram identificados 16 genes e 51 polimorfismos genéticos, os quais codificam citocinas, proteínas do sistema complemento, receptores e carreadores imunológicos. Os polimorfismos estudados dos genes IL22, IL4 , TNFα, MIF, TLR4, SLC11A1 e LTα não demonstraram significância estatística (p > 0,05) em relação a maior risco ou proteção contra LV. Já polimorfismos nos genes IL15, IL1β e TLR9 foram associados à maior suscetibilidade à doença e os de IL18, IL10 e MBL2 , à maior proteção. Por fim, alguns polimorfismos nos genes IL17, FCN2 e TOLLIP mostraram-se duais.

Discussão

Polimorfismos em certos genes de mediadores inflamatórios podem alterar o reconhecimento e a resposta contra o parasita, resultando em reações inadequadas que favoreçam a progressão da leishmaniose visceral ou em efeitos benignos de controle ou supressão da resposta imune, de modo a modular a inflamação para evitar danos teciduais excessivos, contribuindo para um equilíbrio que favorece a proteção. A complexidade da regulação imunológica e a interação entre diferentes fatores genéticos e ambientais podem explicar essas respostas divergentes.

Conclusão

A análise dos polimorfismos genéticos na LV destaca a complexidade da relação entre fatores genéticos e a resposta imunológica à infecção. Polimorfismos podem aumentar o risco de desenvolvimento e progressão da doença ou atuar como fatores protetores. Esses achados podem guiar estratégias terapêuticas mais precisas para LV.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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