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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S669-S670 (Outubro 2022)
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PLAQUETOPENIA IMUNOLÓGICA APÓS VACINAÇÃO PARA COVID-19 EM PACIENTE COM LNH DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B
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HL Mrgana, CAC Vieirab, JA Renab, DR Spadab, ES Navarrob, MF Meninb, MG Cliquetb
a Faculdade de Ciências Médicas de Santos (FCMS), Santos, SP, Brasil
b Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

A Púrpura Trombocitopênica Imune (PTI), condição caracterizada por contagem de plaquetas inferior a 100.000 μL e ausência de anemia e neutropenia, afeta, principalmente, mulheres entre 15 e 50 anos. Corresponde à destruição de plaquetas por auto anticorpos, podendo ser de origem idiopática ou secundária a infecções virais (como HIV / HBV / CMV); doenças linfoproliferativas (linfomas e leucemia linfocítica crônica); doenças reumáticas (como lúpus eritematoso sistêmico); e até mesmo após aplicação de vacinas (como a da hepatite B; varicela; HPV; e da COVID-19). Os pacientes acometidos, geralmente, apresentam sintomas insidiosos e típicos de doenças hemostáticas primárias como epistaxe, sangramento gengival, menorragia nas mulheres, púrpuras e equimoses; a ocorrência de hemorragia intracraniana é rara, porém quando presente, denota alta gravidade. O diagnóstico é firmado após todas as causas possíveis de plaquetopenia terem sido excluídas. O tratamento é preconizado para indivíduos sintomáticos ou com uma contagem plaquetária inferior a 20.000 mm3, sendo a prednisona, 0,5 a 2 mg/kg/dia, fármaco de primeira escolha; como alternativas terapêuticas há a imunoglobulina humana, esplenectomia, rituximabe e agonistas de trombopoetina.

Objetivo

Relatar caso de PTI em paciente com Linfoma Não Hodgkin (LNH) difuso de grandes células após a vacinação contra a COVID-19, com a ChAdOx1 nCov-19 (AstraZeneca).

Descrição do caso

M.M.F., 35 anos, masculino, diagnosticado em dezembro de 2012 com LNH difuso de grandes células B, após apresentar clínica de linfonodomegalia, dor lombar, paraparesia, perda ponderal e sudorese noturna; sendo o quadro confirmado através de biópsia de linfonodo cervical à esquerda, a qual indicou um linfoma de células B rico em células T e histiócitos com KI 67 de 90%. A biópsia de medula óssea mostrou hipercelularidade às custas de células de aspecto linfóide. O PETCT demonstrou linfonodos supraclaviculares à esquerda com SUV de 28,1; baço com SUV de 13,8; e múltiplas lesões ósseas em coluna torácica, sacral e osso ilíaco; as lesões a nível torácico comprimiam canal medular de T10 e T11. Em janeiro de 2013, iniciou tratamento com R-CHOP, sendo estabelecido, para este caso, 8 ciclos, em virtude da extensão da doença. Em abril do mesmo ano, evoluiu com TVP femoropoplítea e infiltração testicular, sendo tratado com warfarina e Radioterapia, respectivamente. Ùltimo ciclo de RCHOP em julho de 2013, estando em remissão completa até o presente momento. Em agosto de 2021, apresentou sangramento gengival, epistaxe, petéquias e equimoses, dois meses após ter se vacinado com a ChAdOx1 nCov-19. Exames iniciais: Hb 15,4 g/dL, leucócitos: 7.300 μL com diferencial normal e plaquetas: 2.000 μL. Internado para realização de pulsoterapia com prednisona 1 mg/kg/dia em associação com azatioprina. Apresentou, após 2 meses, plaquetas de 130.000 μL, e PET sem sinais de recidiva do LNH. Em novembro, após a segunda dose da vacina, progrediu com mesma sintomatologia e com plaquetas de 27.000 μL; foi submetido à mesma terapêutica anterior, evoluindo com melhora.

Conclusão

O presente relato alerta para a possibilidade de PTI secundária à vacinação contra a COVID-19 e a necessária investigação de uma possível recidiva do LNH como causa da PTI (proliferação linfóide b), ou seja, diferenciar uma recidiva da doença de um efeito colateral da vacina.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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