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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S670 (Outubro 2022)
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AVALIAÇÃO DA COVID-19 EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA
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LVDN Fechioa, J Bortolinib, AC Torelia,c, H Machadob, R Zullic, GO Duartec, S Medinac, F Pericolec, CA Souzac, KBB Pagnanoc
a Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Centro de Pesquisas Oncologico (CEPON), Florianopolis, SC, Brasil
c Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

Avaliar a incidência e evolução clínica da COVID-19 em pacientes com LMC, o comportamento dos pacientes com LMC (isolamento social) durante a pandemia e os fatores de risco (contato e comorbidades) para COVID-19. Avaliar o efeito das vacinas e possíveis reações adversas nessa população.

Material e Métodos

Estudo do tipo registro, observacional, prospectivo. Foram avaliados pacientes com LMC de dois centros. Foram respondidos dois questionários durante a pandemia, em intervalos de 6 meses, onde foram coletados dados referentes ao quadro de COVID-19, sintomas, isolamento social, contato com indivíduos infectados, comorbidades, gravidade da COVID-19, tratamento e vacinação. O histórico do tratamento da LMC e outros dados clínicos e laboratoriais foram obtidos dos prontuários médicos.

Resultados

Entre setembro de 2020 e fevereiro de 2022, foram incluídos 243 pacientes no estudo: 47 (19,3%) tiveram diagnóstico confirmado de COVID-19 e 11 (4,5%) tiveram quadro clínico suspeito. 211 (86,8%) estavam em uso de inibidores de tirosina quinase, 28 (11,5%) em descontinuação do tratamento e 4 (0,02%) em uso de hidroxiureia. Houve um pico de casos de COVID-19 em dezembro de 2020, em março e junho de 2021 e em janeiro de 2022. Dentre os casos confirmados de COVID-19, 42 (89,4%) foram leves, 3 (6,4%) moderados (com hospitalização) e 2 (4,3%) grave (com admissão em UTI ou óbito). Um óbito por COVID-19 foi constatado em uma paciente que faleceu antes de responder ao questionário, totalizando 3 óbitos: uma paciente com 67 anos, diabética, hipertensa e cardiopata; um paciente de 70 anos, hipertenso; e uma paciente de 81 anos, hipertensa e com hipotireoidismo. Todos os óbitos ocorreram em pacientes não vacinados. Até fevereiro de 2022, 168 pacientes haviam recebido imunização para COVID-19 (107 Oxford/AstraZeneca, 51 CoronaVac, 8 Pfizer, 2 Janssen), sendo que 66 tiveram alguma reação adversa (19 tiveram dor de cabeça, 26 tiveram febre e 55 tiveram algum outro tipo de reação). Um paciente foi infectado pelo SARS-CoV-2 após a aplicação de duas doses da vacina, apresentando sintomas leves. A mediana de idade dos pacientes com COVID-19 foi menor do que a do grupo não infectado/suspeito (48 anos vs. 58 anos) (p=0,002). A taxa de isolamento social foi menor no grupo infectado (p=0,002) e houve mais casos de COVID-19 em pacientes que tiveram contato com indivíduos infectados (p<0,001). Não houve diferença em relação ao sexo, comorbidades e tipo de tratamento da LMC entre os infectados e não infectados.

Discussão

Esse estudo avaliou dados da COVID-19 em pacientes com LMC referentes à primeira e segunda onda, sendo que a maioria apresentou manifestações leves, com taxa de mortalidade (6,3%) inferior a outras neoplasias hematológicas. Os pacientes com faixa etária mais jovem foram os mais expostos, sendo a taxa de casos confirmados maior nessa população. Menor taxa de isolamento social e contato com indivíduos infectados favoreceram a contaminação por COVID-19 nessa população, que apresentava menos comorbidades.

Conclusões

A mortalidade da COVID-19 na LMC foi menor do que a observada em outras neoplasias hematológicas. Maior exposição a indivíduos contaminados, menor faixa etária e menor taxa de isolamento social favoreceu a contaminação. Não houve reações adversas graves às vacinas contra a COVID-19. Todos os óbitos ocorreram em pacientes não vacinados.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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