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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S663 (outubro 2022)
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Open Access
PERFIL TRANSFUSIONAL DOS PACIENTES HOSPITALIZADOS COM COVID-19 EM UM HOSPITAL DE ENSINO
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LTC Silva, CM Santos, BPJS Sant'anna, VC Santos, SMG Queiroz, GS Sant'anna, JJD Santos, GS Cruz
Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), Aracujá, SE, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
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Objetivo

Descrever o perfil transfusional dos pacientes hospitalizados com o diagnóstico de COVID.

Material e Métodos

Estudo transversal, descritivo e quantitativo realizado na Unidade Transfusional do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), no período de maio a dezembro de 2020. Utilizou-se para a coleta dos dados as Solicitações Nacionais de Hemocomponentes (SNH) de pacientes hospitalizados com diagnóstico de COVID-19 confirmado por método de RT-PCR e que tiveram a necessidade de hemoterapia. Foram incluídos no estudo pacientes internados nos setores de Enfermaria COVID, UTI COVID, Setor de Transição e Isolamento de enfermarias com diagnóstico confirmado de COVID-19.

Resultados

Dos 201 pacientes positivos para coronavírus internados na instituição, 37 (18,4%) necessitaram de hemoterapia, sendo 20 (54,0%) do sexo feminino. Foram identificadas 129 unidades de hemocomponentes solicitados para estes pacientes, destas 117 (90,7%) foram provenientes do setor UTI COVID, enquanto 12 (9,3%) dos setores de enfermarias. A faixa etária com maior necessidade de transfusão foi entre 40‒80 anos, com média de 61 anos. Quanto à classificação ABO/Rh (D) do receptor, os tipos mais frequentes foram O positivo, A positivo e B positivo representando um percentual de 37,8%, 32,4% e 16,2% respectivamente. O hemocomponente mais solicitado foi o Concentrado de Hemácia (CH) com 91 (70,54%) das SNH; 78,2% das transfusões foram indicadas por valor de hemoglobina abaixo de 10 mg/dL, valores menores ou iguais a 7,0 g/dL foram responsáveis por 78 (60,46%) dos casos, os valores acima de 7,0 mg/dL tiveram, em cerca da metade dos casos, a indicação associada à alguma comorbidade, dentre estas o sangramento ativo e o choque séptico, com 16,6% cada bem como a Insuficiência renal e a cardíaca com 6,6% cada. Quanto a modalidade 76,7% foram de Urgência, 12,4% Programada, 4,7% Não urgente e 3,1% Extrema urgência. Das 108 hemotransfusões realizadas, 5,56% foram de unidades heterogrupo. As suspeitas de reações transfusionais ocorreram em 8,1% dos pacientes.

Discussão

Machado (2020), analisou as transfusões em pacientes COVID, encontrou um maior percentual para o sexo masculino com 52,8%, média de idade de 50 anos ou mais, sendo o tipo sanguíneo mais frequente A e O Rh (D) positivo. A prevalência destes dois tipos sanguíneos vem sendo sustentados na literatura. Há recomendações que utilizam o parâmetro para transfusão de CH, quando o paciente se encontra estável, sem outras comorbidades específicas, valores de hemoglobina <7 g/dL. Essa estratégia de transfusão restritiva associada a compatibilidade ABO/RhD reduz mortalidade por causas cardíacas, edema pulmonar, sangramento e infecção bacteriana quando comparada com uma conduta liberativa de transfundir quando Hb <9 g/dL. A incidência de suspeitas de reações transfusionais imediatas superou os valores descritos na literatura.

Conclusão

O perfil transfusional nos pacientes COVID foram de média de idade 61 anos, em pacientes do sexo feminino, com ABO/Rh (D) A positivo e O positivo, tendo 78,23% das transfusões indicadas por valor de hemoglobina abaixo de 10 mg/dL associada ou não à alguma comorbidade. Metade das solicitações para pacientes com hemoglobina entre 7‒10 g/dL, apresentaram como diagnóstico clínico apenas o COVID sem sinalização de comorbidades na SNH. Por fim identificou-se alta incidência de suspeita de reações transfusionais, sendo necessário mais estudos para explica-lás.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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