
Caracterizar o perfil das transfusões nos pacientes internados na Unidade de Terapia Tntensiva (UTI) COVID de um hospital universitário.
Material e métodoEstudo descritivo, exploratório de abordagem quantitativa, realizadas no período entre 2020 e 2021, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinada ao atendimento de pacientes COVID do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS). A coleta de dados foi realizada por meio da Solicitação Nacional de Hemocomponentes (SNH).
ResultadosForam solicitadas 231 de unidades de hemocomponentes para os pacientes internados na UTI COVID, destas 85,28% (197) foram transfundidas, sendo 62,44% (123) Concentrados de Hemácias (CH), 11,67% (23) CH filtradas, 19,80% (39) Plasma Fresco Congelado (PFC) e 6,09% (12) plaquetas. ABO-Rh do receptor a maior prevalência foi O(+) com 35,53% (70) das transfusões, A(+) com 26,90% (53) seguida do B(+) com 26,39% (52). Além do diagnóstico de COVID, em 53,33% (109) dos casos foi sinalizado outras condições associadas, dentre estes 11,17% choque séptico; 7,61% cirrose hepática; 6,60% hemorragia digestiva; 3,04% lúpus eritematoso sistêmico e neoplasias cada uma com 3,55% anemia hemolítica autoimune e 2,54% Insuficiência cardíaca congestiva; 2,03% SIDA, 1,52% Tromboembolismo pulmonar, Linfoma e anemia falciforme, cada uma. Foi identificada uma incidência de 1,52% de reações transfusionais imediatas, sendo uma suspeita de reação febril não hemolítica e dois casos de lesão pulmonar aguda relacionada a transfusão (TRALI).
DiscussãoO estudo realizado por Bandeira et al. (2021) identificou que nas duas ondas de COVID, o hemocomponente mais transfundido foi o CH seguido do PFC, como comorbidades associadas foi identificada HAS e DM sendo a anemia a principal indicação, os tipos sanguíneos prevalentes foram O(+) e A(+), sem registros de reações transfusionais nestes pacientes. Machado et al. (2020) também analisou os grupos sanguíneos mais prevalentes em pacientes COVID identificando o O(+) e A(+).
ConclusãoOs pacientes internados na UTI COVID que necessitaram de hemotranfusão em 62,44% foram CH, o tipo sanguíneo prevalente foi O(+) seguido do A(+), cerca de 53% dos pacientes transfundidos tinham outra condição clinica associada, dentre as quais prevaleceram o choque séptico, cirrose hepática e hemorragia digestiva. A incidência de reações transfusionais nessa população foi de 1,52%, sendo a reação febril não hemolítica e TRALI, as suspeitas notificadas.