Introdução: A doença falciforme (DF) é um distúrbio monogênico grave e pode evoluir com dor intensa, complicações sistêmicas e morte. A hemoterapia é uma das principais opções terapêuticas na DF e pode reduzir o risco de Acidente Vascular cerebral (AVC). Objetivo: Avaliar o perfil transfusional de pacientes falcêmicos. Metodologia: Foram analisados 275 pacientes do estudo Recipient Epidemiology and Donor Evaluation Study REDSIII com DF (SS, SB0 tal, SC, ou SB+ tal) com cadastro ativo na Fundação Hemominas Juiz de Fora entre novembro de 2013 a novembro de 2014. As variáveis estudadas foram: idade da primeira transfusão, total de bolsas de concentrado de hemácias (CHM) transfundidas, indicações e número de pacientes em regime de transfusão crônica e transfusões durante a gestação. As informações foram extraídas do sistema http://data.ime. usp.br/REDSIII-SMS da Universidade de São Paulo. Resultados: Dos 275 pacientes recrutados, 151 são crianças e 124 adultos. Em relação ao tipo de DF 68,4% eram SS/SB0 tal, 28% SC e 3,6% SB+tal. Quanto ao sexo, 149 eram do sexo femnino (54,2%). Quanto à raça, 56,9% se autodeclarou mulato/pardo e 29,1% negro/preto. Do total de pacientes 147 foram transfundidos, a idade média da primeira transfusão foi de 6,7 anos e a idade máxima de 45. Entre as crianças, 62,9% receberam transfusão em algum momento da vida, o que foi verificado em 81,5% dos adultos. Quanto ao número de CHM, a maioria dos pacientes recebeu entre 1 e 5 unidades (46.5% das crianças e 29.8% dos adultos) e 4,8% das crianças e 7,9% dos adultos, recebeu mais de 100 CHM. Seis crianças (4%) e seis dos adultos (4,8%) estavam em terapia de transfusão crônica, dos quais, 58,3% devido AVC e 33,3% por alterações ao Doppler transcraniano. No universo de 76 mulheres adultas, 45 já estiveram grávidas e 62,2% necessitaram de suporte transfusional. Discussão: Os avanços significativos no atendimento aos pacientes com DF determinaram melhorias na qualidade de vida e redução da morbimortalidade. A aloimunização limita a disponibilidade de hemácias compatíveis para futuras transfusões. O uso racional de sangue e hemoderivados e uma política transfusional baseada em evidências deve priorizar o uso de CHM feno e genotipados na tentativa de minimizar o risco da aloimunização. Conclusão: A terapia transfusional é uma ferramenta de uso comum e o regime de transfusão crônica foi consolidado na profilaxia do AVC. Contudo, a hemoterapia não é isenta de risco, e as principais complicações incluem: aloimunização, hemossiderose e risco de infecções.
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