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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S913-S914 (Outubro 2023)
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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E HISTOPATOLÓGICO DA DOENÇA DO ENXERTO CONTRA O HOSPEDEIRO EM CAVIDADE ORAL – UM ESTUDO RETROSPECTIVO
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D Souzaa, LAVS Júniora, JF Araújoa, BF Matuckb, LFF Silvaa, MPSM Peresa
a Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
b American Dental Association - Science & Research Institute (ADASRI)
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HEMO 2023

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Objetivos

Estabelecer o perfil epidemiológico, histopatológico e imunofenotípico da da doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) oral dos pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico no HC-FMUSP.

Materiais e métodos

Estudo descritivo observacional retrospectivo. Os dados epidemiológicos dos pacientes e doadores foram obtidos através da coleta informações presentes nos prontuários. A análise histopatológica deu-se de forma semiquantitativa a partir da captura de imagem por varredura dos fragmentos presentes nas lâminas coradas em hematoxilina e eosina e reação imunohistoquímica utilizando os marcadores para proteínas inflamatórias CD4, CD20, CD8, CD68, CD1a, CD56, CD45 e imunofibroblastos - D2-40, ICAM, VCAM.

Resultados

Foram selecionados 20 casos para compor o estudo, sendo 55% do sexo feminino e 45% do sexo masculino, com média de idade de 44,11 ± 13,77 anos. A leucemia mieloide aguda foi a mais prevalente (30%), seguida pelo linfoma não Hodgkin (20%), leucemia mieloide crônica (15%), linfoma de Hodgkin (15%). Quanto ao doador, 45% eram do sexo feminino e 50% do sexo masculino, com média de 38,83 ± 8,60 anos. A fonte celular mais prevalente foi o sangue periférico (85%) e medula óssea (15%). O regime de condicionamento de intensidade reduzida foi presente em 50% dos casos, seguido pelo mieloablativo (25%) e não informado (25%). Quanto ao grau de compatibilidade do antígeno leucocitário humano, 95% dos doadores eram aparentados e 5% não aparentados, idênticos (55%) e haploidênticos (25%). A forma crônica da DECH oral foi a mais prevalente (95%). Nos espécimes de glândulas salivares menores, as alterações encontradas foram a atrofia dos ácinos (95%), infiltrado linfocítico periductal (70%), metaplasia ductal (65%), fibrose do estroma (60%) e fibroplasia periductal do estroma (55%). As principais alterações em epitélio e tecido conjuntivo foram: exocitose de linfócitos (75%), acantose (70%), apoptose (60%) e inflamação justaepitelial (75%). Houve expressão de CD45+ em todas as amostras, seguida por CD20+ (85%), CD1a+ (65%), CD68+ (60%), CD56+ (50%), CD4+ (25%) e imunofibroblastos (70%).

Discussão

A incidência da DECH oral foi menor (18,07%) quando comparada a pesquisas anteriores. Foi encontrada considerável expressão de CD45+, seguida por CD20+, CD1a+, CD68+ e CD8+, reiterando a participação dos linfócitos T e B na patogênese da DECH oral. Foi observada a presença de imunofibroblastos nas amostras de DECH oral. Embora a detecção desses marcadores tenha ocorrido de forma semiquantitativa, sugere-se o uso de software específico para análise precisa dessas células com objetivo de resultados mais precisos.

Conclusão

O presente estudo evidenciou as principais características epidemiológicas, histopatológicas e imunohistoquímicas de pacientes com DECH em cavidade oral. Observamos predomínio da atrofia dos ácinos e exocitose de linfócitos. Houve franca expressão em todas as amostras de CD45+, seguida por CD20+, CD1a+, CD68+, CD56+ e menor expressão de CD4+. Nosso estudo foi o primeiro a observar a presença de imunofibroblastos nas amostras de DECH oral. Apesar das limitações, os resultados sugerem uma participação desse grupo de células no contexto da DECH, no entanto, mais estudos são necessários para o entendimento da influência desses marcadores na doença.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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