Objetivo: Tendo em vista a escassez de dados epidemiológicos sobre as doenças onco-hematológicas no país, o trabalho visa caracterizar o perfil epidemiológico dessas enfermidades nas mesorregiões centro-sul e extremo oeste da Bahia e confrontar com os dados apresentados pelas estimativas bienais disponibilizadas pelo INCA. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, de análise dos casos novos de doenças onco-hematológicas diagnosticadas entre o período fevereiro de 2016 a julho de 2019 na cidade de Guanambi-BA. Os dados foram coletados de prontuários oriundos do serviço Centro de Hematologia de Guanambi. Os diagnósticos confirmados verificados foram: leucemias agudas e crônicas; mieloma múltiplo; neoplasias mieloproliferativas crônicas (trombocitemia essencial, policitemia vera, mielofibrose primária e secundária e leucemia mielóide crônica). Resultados: Foram diagnosticados 104 casos de doenças onco-hematológicas num raio de 159,8 km nas mesorregiões centro-sul e extremo-oeste da Bahia, tendo Guanambi como centro, e resultaram em uma população total de 535.237 mil pessoas. Na população estudada, houve predomínio no sexo feminino, indivíduos acima de 60 anos e a maior ocorrência de casos foi no ano de 2018. Aproximadamente 52% dos pacientes eram do sexo feminino e 48% do sexo masculino, com idades entre 1 e 92 anos, enquanto o pico de incidência sucedeu acima dos 60 anos de idade. O Mieloma Múltiplo foi a doença mais frequente (27,8%), seguida pelas Leucemias Agudas (25,96%), Leucemias Linfocíticas Crônicas (17,3%), Trombocitemia Essencial (13,1%) Mielofibroses (6,5%), Policitemia Vera (4,9%), enquanto a menos comum foi a Leucemia Mieloide Crônica (1,6%). Discussão: Considerando dados das estimativas disponibilizadas pelo IBGE e pelo INCA dos anos de 2017 a 2019 para a incidência de Leucemias no Nordeste e na Bahia, os resultados do estudo foram confrontados a essas informações por meio de proporção populacional, considerando o número de habitantes dos municípios cobertos pelo serviço de saúde. Assim, percebemos que para o ano de 2017, o esperado para a região segundo os dados oficiais seriam de 20 novos casos, enquanto apenas 7 foram registrados pelo centro de hematologia. Para 2018, o esperado seria de 23 novos casos, sendo que um total de 41 diagnósticos foram feitos. Por fim, em 2019 eram estimados 23 casos, sendo que o serviço registrou 17 casos em um período de apenas 7 meses. Conclusão: O estabelecimento da situação epidemiológica dessas doenças no Brasil requer estudos em diferentes regiões do país, porém os dados existentes são pouco detalhados, dão ênfase à macrorregiões, há escassez de dados microrregionais e para determinadas doenças há ausência de dados. Portanto, a epidemiologia da região abordada não se encontra limitada aos dados estabelecidos no presente estudo, devido aos empecilhos em sua obtenção, sendo estes de cunhos regionais, sociais e governamentais. Entretanto, percebe-se que mesmo diante dos empecilhos, há uma tendência que os dados sejam superiores aos índices estimados nacionalmente, levando à consideração de que podem haver fatores predisponentes específicos da região estudada que justificariam o aumento nos diagnósticos.
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