Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos em um ambulatório de triagem em doenças onco-hematológicas no Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini, São Paulo. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo descritivo, observacional, retrospectivo, realizado a partir da avaliação de prontuário dos pacientes atendidos no ambulatório de oncocross, no período de novembro de 2018 a julho de 2020. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, presença de comorbidades, diagnóstico de encaminhamento e se diagnóstico novo ou não, exame confirmatório, revisão de biópsia e destino do paciente. Resultados: Dos 332 pacientes, houve número maior de pacientes do sexo feminino (51,8%); 142 (42,7%) pacientes tinham idade superior ou igual a 65 anos. Quanto à naturalidade, 155 (42,7%) pacientes eram do estado de São Paulo; 166 (50%) pacientes naturais de outros estados; 9 (2,7%) pacientes estrangeiros e 2 (0,6%) sem dados em prontuário. Em relação à comorbidades existentes, 238 (71,7%) pacientes possuíam comorbidades. Quanto ao diagnóstico de encaminhamento, 80 (24,1%) pacientes tinham linfoma não-Hodgkin e 16 (4,8%) linfoma de Hodgkin; 29 (8,7%) dos pacientes tinham doença linfoproliferativa crônica B; 95 (28,6%) com doença plasmocitária; 62 (18,7%) com doença mieloproliferativa crônica; 16 (4,8%) com síndrome mielodisplásica; 2 (0,6%) pacientes com diagnóstico de leucemia aguda; 30 pacientes (9,1%) foram encaminhados para consulta pré transplante de medula óssea; 1 (0,3%) não possuía diagnóstico hematológico e 1 (0,3%) sem dados. De todos os pacientes encaminhados, um terço (74,7%) já possuía exame de comprovação diagnóstica; destes, 147 (59,3%) exames necessitaram de revisão diagnóstica, sendo que 17 (11,5%) deles com mudança no diagnóstico inicial. Dos pacientes atendidos no período, 275 (82,8%) deles foram encaminhados após primeira consulta para ambulatório especializado; 22 (6,6%) dos pacientes tiveram indicação de internamento devido condição clínica; 24 (7,2%) foram reencaminhados para serviço de origem por não atingirem critérios para este ambulatório e 11 (3,4%) tiveram alta. Discussão: Após a análise dos dados, observou-se que com relação ao sexo, houve semelhança quanto ao número de pacientes; maior parte dos pacientes tinham menos que 65 anos e aproximadamente um terço possuíam comorbidades. Com relação ao diagnóstico, apenas dois dos pacientes que foram encaminhados não apresentavam diagnóstico onco-hematológico e/ou sem diagnóstico ao encaminhamento. Observou-se que de todos os pacientes, apenas um terço não possuía exame de comprovação diagnóstica à consulta; embora parte dos pacientes com exame complementar que foi revisado no serviço tiveram diagnóstico inicial alterado, com impacto no tratamento e prognóstico. Durante o período, foi possível evidenciar que a maior parte dos atendimentos realizados correspondia a pacientes com doença onco-hematológica. Conclusão: A atuação de um ambulatório de triagem onco-hematológica em serviço terciário é de grande relevância, fornecendo consulta especializada na área, para tratamento de alta complexidade em oncologia. Ressalta-se a importância da correta suspeita diagnóstica e do encaminhamento adequado pelos profissionais da atenção básica, tendo em vista o número de pacientes que não possuíam critérios para referência via cross, incluindo pacientes com alta já à primeira consulta, sem apresentar patologia hematológica.
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