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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S915-S916 (outubro 2024)
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PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS À PLASMAFÉRESE TERAPÊUTICA ATENDIDOS DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DA AMERICAN SOCIETY FOR APHERESIS
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MC Lima, SA Ferreira, PTR Almeida, CC Bernardi
Instituto Paranaense de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (IPHH), Curitiba, PR, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

A plasmaférese terapêutica é um procedimento que remove componentes patológicos do plasma, sendo indicada para uma variedade de doenças. A American Society for Apheresis (ASFA) classifica essas indicações em quatro categorias baseadas na eficácia e no suporte clínico disponível para cada condição. Na categoria I a plasmaférese é aceita como tratamento de primeira linha, na II é aceita como tratamento de segunda linha, na III não há evidências de benefício e na IV é ineficaz ou prejudicial.

Objetivo

Analisar o perfil dos procedimentos de plasmaférese terapêutica realizados por um Hemocentro e comparar com a classificação da ASFA.

Método

Estudo retrospectivo, descritivo com abordagem quantitativa. Realizou-se um levantamento dos dados obtidos a partir dos registros dos procedimentos de janeiro de 2022 a dezembro de 2023. As variáveis observadas foram sexo, número de procedimentos, líquido de reposição e diagnóstico. Os dados foram classificados de acordo com as categorias da ASFA para verificar a conformidade das indicações.

Resultados

No período analisado foram realizados 768 procedimentos em 143 pacientes, sendo 50,4% do sexo masculino e 49,6% feminino. Observamos que 96% dos procedimentos foram realizados no âmbito hospitalar e 4% ambulatorial. O líquido de reposição mais utilizado foi solução salina com albumina, em 81% das sessões e o restante das sessões com plasma fresco. Os procedimentos foram separados em quatro grupos: doenças neurológicas, renais, hematológicas e outras, com a seguinte frequência: 53,8%, 21,6%, 18,2% e 6,4% respectivamente. Dentre as doenças neurológicas, a maioria dos pacientes apresentou neuromielite óptica (22%), esclerose múltipla (13%), ambas classificadas como categoria II, e encefalite autoimune (21%) classificada como categoria I pela ASFA. No grupo de doenças renais, a rejeição de transplante renal mediada por anticorpos foi à principal indicação, representando 73% dos casos, sendo classificada como categoria I, seguida da dessensibilização pós-transplante (categoria III) em 13% dos pacientes. Nas doenças hematológicas, predomina como indicação a púrpura trombocitopênica trombótica (42%) e a dessensibilização pré-transplante de medula óssea (15%), classificadas como categorias I e III, na ordem mencionada. Nas outras indicações destaca-se a hipertrigliceridemia (66%) e o lúpus eritematoso sistêmico (11%), classificados como categorias III e II, respectivamente.

Discussão

: A plasmaférese oferece diversos benefícios terapêuticos, sendo eficaz para reduzir a inflamação sistêmica, no tratamento de doenças autoimunes e hematológicas, reduzindo a morbi-mortalidade dos pacientes. Em relação aos critérios de indicação, a maioria dos procedimentos está alinhada com as recomendações da ASFA, exceto a hipertrigliceridemia, a dessensibilização pré-transplante de medula óssea e pós-transplante renal.

Conclusão

A análise do perfil dos pacientes mostrou que a maioria dos procedimentos está em conformidade com as categorias ASFA, ou seja, possuem suporte clínico e eficácia comprovada. A disponibilidade da plasmaférese terapêutica permite melhorar os desfechos clínicos dos pacientes com doenças graves e de alta complexidade, reforçando a importância da atuação de um hemocentro especializado.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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