
As transfusões sanguíneas são essenciais para o tratamento de condições como perda de sangue, anemias graves e situações críticas. Apesar de sua importância, essas transfusões podem causar reações adversas, variando de leves a graves. O manejo adequado das reações transfusionais é crucial para a segurança dos pacientes. No Hospital Unimed Litoral, foi realizada uma análise dos perfis dos pacientes com reações transfusionais entre janeiro de 2023 e junho de 2024 para identificar padrões importantes.
ObjetivosEste estudo visa analisar o perfil clínico e demográfico dos pacientes que apresentaram reações transfusionais na instituição. Busca-se identificar os tipos de reações mais frequentes, os hemocomponentes associados e as condições clínicas preexistentes que podem estar relacionadas a eventos adversos. O objetivo é fornecer dados para melhorar as práticas transfusionais e aumentar a segurança do paciente.
Material e métodosO estudo é descritivo e retrospectivo, com análise dos prontuários dos pacientes que receberam transfusões no Hospital Unimed Litoral e apresentaram reações transfusionais de janeiro de 2023 a junho de 2024.
População e amostraA amostra incluiu 25 pacientes com reações transfusionais, de todas as idades e sexos.
Coleta de dadosDados foram coletados dos prontuários eletrônicos, focando em idade, sexo, histórico médico, tipo de hemocomponente transfundido e tipo de reação observada. As reações foram classificadas conforme critérios do Ministério da Saúde.
Análise de dadosOs dados foram analisados de forma descritiva, com variáveis categóricas apresentadas em frequências absolutas, relativas e variáveis contínuas por medidas de tendência central e dispersão. Não houve análise estatística inferencial.
ResultadosNo estudo realizado no Hospital Unimed Litoral, foram analisados 25 pacientes com reações transfusionais, com idades variando de 20 dias a 88 anos (13 mulheres e 12 homens). Os diagnósticos mais comuns incluíam câncer (pulmão, cabeça e pescoço, pâncreas, colo uterino, bexiga, base da língua, mama e faringe), hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes tipo 2, dislipidemia, doenças cardíacas, linfomas, anemia e síndrome mielodisplásica. Alguns casos envolviam leucemia linfoide aguda, paralisia cerebral e gamopatia monoclonal. Os hemocomponentes mais transfundidos foram concentrados de hemácias (filtrados, irradiados e aliquotados), plasma fresco congelado e pool de plaquetas. As reações transfusionais incluíram reações alérgicas (leves a moderadas), sobrecarga volêmica e uma reação febril hemolítica. As reações alérgicas foram predominantes, observadas em pacientes de diferentes idades e diagnósticos. Reações febris não hemolíticas foram comuns em pacientes com linfoma, neoplasias e doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Sobrecarga volêmica foi mais frequente em pacientes idosos com múltiplas comorbidades.
ConclusãoO estudo indicou que reações transfusionais podem ocorrer em diversas faixas etárias e condições clínicas. Reações alérgicas e febris não hemolíticas foram as mais frequentes, especialmente em pacientes com neoplasias e doenças crônicas. A identificação da sobrecarga volêmica em pacientes idosos destaca a importância do monitoramento rigoroso. Esses resultados enfatizam a necessidade de medidas preventivas aprimoradas, incluindo seleção criteriosa de hemocomponentes e capacitação contínua das equipes de saúde para garantir a segurança dos pacientes e reduzir complicações transfusionais.