HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO uso do cateter venoso central de inserção periférica (PICC) é uma tecnologia de acesso vascular amplamente empregada em pacientes onco-hematológicos, adultos e pediátricos, especialmente devido à necessidade de terapias prolongadas, como quimioterapia, transfusões e administração de antibióticos. O PICC apresenta vantagens como menor risco de complicações mecânicas e possibilidade de inserção em ambiente ambulatorial. Contudo, sua utilização não está isenta de riscos, sendo as infecções da corrente sanguínea (ICS) uma das principais complicações, sobretudo em pacientes imunossuprimidos. A atuação da equipe de enfermagem na inserção, manutenção e educação dos pacientes é essencial para a segurança do tratamento.
ObjetivosDescrever o perfil dos pacientes onco-hematológicos, adultos e pediátricos, submetidos à retirada de PICC em um Centro de Referência em Hematologia do Amazonas, entre os anos de 2023 e 2024.
Material e métodosTrata-se de um estudo retrospectivo e analítico, utilizando como base a planilha de controle de inserção e retirada do PICC, monitorada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), além de informações extraídas dos prontuários eletrônicos, nos anos de 2023 e 2024. Foram incluídos pacientes com diagnóstico onco-hematológico que utilizaram o PICC e possuíam registros completos. As variáveis analisadas incluíram diagnóstico clínico, sexo, escolaridade, faixa etária, tempo de uso do dispositivo e motivo da retirada. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HEMOAM, sob o parecer n° 7.304.061, emitido em 17 de dezembro de 2024.
ResultadosFoi observado um total de 38 retiradas de PICC, com tempo de uso variando de 7 a 305 dias. Os principais motivos de retirada foram solicitação médica e presença de secreção purulenta, o que evidencia a ocorrência de infecções. A maioria dos pacientes encontrava-se nas faixas etárias entre 20 e 59 anos e apresentava baixa escolaridade. Isso levanta preocupações quanto à compreensão e adesão às orientações de cuidados com o cateter, podendo contribuir para complicações.
Discussão e conclusãoOs dados demonstram a importância da educação em saúde e do monitoramento rigoroso, além da necessidade de treinamento contínuo da equipe de enfermagem. O uso da ultrassonografia e da radiografia também se destacam como ferramentas que aumentam segurança do procedimento. Conclui-se que, embora o PICC represente um recurso valioso no cuidado onco-hematológico, seu uso seguro depende de uma abordagem qualificada e integrada, envolvendo capacitação profissional, protocolos institucionais baseados em evidências e estratégias educativas voltadas aos pacientes e seus familiares. Os achados apontam para a necessidade de estudos multicêntricos e com amostras maiores, que possam fortalecer as diretrizes assistenciais e políticas públicas voltadas à oncologia e hematologia.




