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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S240-S241 (Outubro 2022)
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Páginas S240-S241 (Outubro 2022)
MIELOMA MÚLTIPLO
Open Access
PERFIL DO PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO TRATADOS PELO SUS NO MUNICÍPIO DE CACOAL-RO
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IA Praxedesa, IA Negria, IC Scharffb, HMR Antonioc, EM Patricioa, AC Garciaa
a Centro Universitário Uninassau/UniFacimed, Cacoal, RO, Brasil
b Hospital Regional de Cacoal (HRC), Cacoal, RO, Brasil
c Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

No Brasil, o Bortezomibe já está incorporado ao SUS, entretanto não é uma realidade de todos os serviços, sendo necessário recorrer a esquemas alternativos. Logo, esse estudo objetivou avaliar o prognóstico dos pacientes que receberam tratamento de 2° linha para Mieloma Múltiplo (MM), traçar o perfil clínico-epidemiológico e definir quais foram as taxas de respostas ao tratamento, comparando com dados da literatura.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo quantitativo que avaliou uma amostra intencional de 20 pacientes, no Hospital Regional de Cacoal, com diagnóstico de MM de 2018 a 2022. Critérios de inclusão foram pacientes com gamopatia monoclonal indicativo de MM, maiores de 18 anos, com pelo menos 2 consultas e tratados com o mínimo de 4 ciclos de Ciclofosfamida, Talidomida e Dexametasona (CTD) como terapia de indução. Os de exclusão foram pacientes com gamopatia monoclonal que não fecham diagnóstico para MM, como amiloidose e gamopatia monoclonal de significado indeterminado.

Resultados

A idade mediana ao diagnóstico foi de 61 anos (variação 45-75); 65% sexo masculino. Tipo de proteína monoclonal sérica mais frequente foi IgG. No momento da apresentação 20% dos pacientes apresentavam hipercalcemia; 60% tinham anemia <11 g/dL; 70% lesões osteolíticas, 61% com porcentagem de plasmócitos da medula óssea ≥30% e 10% tiveram plasmocitoma. Já o prognóstico, ISS estágios I, II e III estavam presentes em 25%, 25% e 50% dos casos, respectivamente. No estudo 95% dos pacientes receberam o mesmo tratamento de indução, a combinação de CTD, e apenas 5% recebeu a combinação de Daratomumab, Velcade, Melfalano e Prednisona (DARA-VMP). Foram realizados uma mediana de 7 ciclos (variação 4-12). Todos os pacientes tiveram resposta avaliável de acordo com os critérios IMWG. A taxa de resposta global foi de 70%, com resposta completa (RC) 20%, resposta parcial muito boa (VGPR) 25% e resposta parcial (RP) 25%. Sendo que 42, 8 % dos pacientes que apresentaram alguma resposta sofreram recidiva durante o período de análise. Já as taxas de doença estável (DE) foram de 5%; Recaída clínica 5%; Doença em progressão (DP) 20%.

Discussão

Terapias de indução que contemplam o Bortezomibe são consagradas no meio acadêmico, fato esse demonstrado em grandes metanálises, as quais compararam regimes contendo a medicação versus não contendo. Entretanto, não sendo essa a realidade atual dos esquemas ofertados, em Cacoal, foi feita a comparação das taxas de resposta ao tratamento encontradas em ensaios utilizando essa droga com os resultados alcançados por esse estudo. Observou-se uma significativa diferença, como uma resposta global menor em até 24 %, e uma dimuinição da taxa de RC em até 20 %. Durante o seguimento dos pacientes que obtiveram resposta ao tratamento, verificou-se que praticamente metade desses recidivaram, configurando uma piora do prognóstico inicial. O perfil clínico obtido fortalece a íntima relação do MM com anemia, hipercalcemia e aumento da porcentagem de plasmócitos na medula óssea. Porém, a elevada taxa de doentes com lesões osteolíticas se destaca por distoar do padrão esperado. Já o perfil epidemiológico, reforça o padrão da doença, com maior acometimento em adultos, homens e a partir da quinta década de vida.

Conclusão

Considerando o principal objetivo da pesquisa, foi demonstrado que a indisponibilidade de proteassoma de 1° linha, em especial, o Bortezomibe, afeta diretamente os pacientes com MM em tratamento, se traduzindo em taxas de resposta global abaixo do esperado, alto índice de recidivas e piora do prognóstico. Acerca do perfil clínico-epidemiológico, os resultados se mostram concordantes com a literatura, com excessão da elevada taxa de doentes com lesões osteolíticas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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