
Descrever as características demográficas das pacientes com Anemia Falciforme (AF) atendidos na Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (HEMOAM).
Materiais e métodosEste trabalho seguiu o modelo corte transversal e contou com um total de 230 pacientes de ambos os sexos. O diagnóstico da hemoglobina SS foi confirmado pela técnica de Cromatografia Líquida de Alta Performance (HPLC) e por técnica molecular. Os Dados demográficos foram obtidos mediante acesso ao prontuário dos pacientes. A análise estatística descritiva foi realizada via software SPSS versão 19.
ResultadosA maioria dos pacientes foi do gênero feminino (56,9%), com a raça parda sendo a mais prevalente (78%), seguido da branca (15%) e negra (7%). Com relação ao estado civil, 78% responderam serem solteiros, enquanto 21,4% casados e 7% viúvos. A maioria dos pacientes (66,3%) residia na Capital Manaus, seguidos das cidades de Manacapuru (6,9%), Coari (4,7%) e Tefé (2,2%), com o restante dos pacientes não somando mais de 1% em outros municípios do Amazonas. Quanto ao grau de escolaridade, encontramos que a maioria dos pacientes apresentavam ensino fundamental incompleto (20,3%) e ensino médio incompleto (20,3%), seguido de ensino médio completo (14,3%), ensino superior completo (5,1%) e analfabeto (0,4%).
DiscussãoA maior prevalência do gênero feminino e maior taxa de mortalidade no gênero masculino na região amazônica corroboram com alguns estudos realizados na população brasileira. Ressalta-se ainda que nossos resultados podem também ser explicados, devido os homens procurar o serviço de saúde menos vezes que as mulheres e ou quando procuram, já estão com uma clínica mais grave, contribuindo para sua morte mais prematura. Além disso, os pacientes apresentam uma situação socioeconômica baixa que em muitos casos, foi a de gravidade clínica de sua doença, e, portanto, merecem atenção especial do ponto de vista médico e aspectos psicológicos e sociais.
ConclusãoConsideramos que a caracterização da população atendida, realizada pelo HEMOAM, principalmente dos pacientes provenientes do interior, pode ajudar a esclarecer e formular novas estratégias de abordagem, identificação e diagnóstico para essas comunidades, a fim de, aumentar a presença do estado para evitar a subnotificação e melhorar o diagnóstico no interior do estado. Acreditamos também mais pesquisas são necessárias para entender o uso mais adequado e impactante dos recursos para aumentar a proporção de famílias e adultos que estão cientes de seu status de traço falciforme.