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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S466 (Outubro 2022)
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PERFIL DE ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA NOS PACIENTES ATENDIDOS PELA AGÊNCIA TRANSFUSIONAL DO HOSPITAL MADRE TERESA EM BELO HORIZONTE
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457
MCA Neves, MSA Neves, EP Viana, LKC Neves, F Akil
Grupo GSH, Brasil
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Objetivos

Determinar os aloanticorpos eritrocitários detectados nos pacientes atendidos pela agência transfusional (AGT) do Hospital Madre Teresa (HMT) em Belo Horizonte, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2021.

Material e métodos

Trata-se de estudo retrospectivo transversal dos resultados dos painéis de hemácias de pacientes aloimunizados atendidos pela AGT do HMT no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2021. A metodologia gel LISS/Coombs foi utilizada tanto para identificação dos pacientes aloimunizados quanto para identificação dos aloanticorpos (através do painel de hemácias). Quando indicado, testes imunohematológicos adicionais foram utilizados (eluição, adsorção, dentre outros). As variáveis analisadas foram sexo, idade, especificidade e associação dos aloanticorpos eritrocitários identificados.

Resultados

Durante o período analisado, 407 pacientes apresentaram aloimunização eritrocitária, sendo a maioria dos pacientes do sexo feminino (68,31%) com idade média de 65 anos. Com relação aos aloanticorpos encontrados, os mais prevalentes foram: anti-D 27% (110), anti-E 22% (93), anti-C 16% (65), anti-M 12% (49), anti-Kell 10% (43), anti-Fyª3% (12), anti-Diª3% (12), anti-Jkª2% (10) e anti-S 2% (9). Associação de anticorpos foram encontradas em 28% (118) dos pacientes estudados, sendo a associação anti-D+anti-C a mais prevalente, correspondendo a 36% (43) das associações. Aloanticorpos raros também foram identificados em 3% (14) dos pacientes, como anti-McCª, anti-V, anti- Ch/Rg, dentre outros.

Discussão

Operfil de atendimento do HMT de Belo Horizonte é eminentemente cirúrgico, englobando dentre as suas diversas especialidades a ortopedia e neurocirurgia, sendo também referência para a alta complexidade da cirurgia cardiovascular. A faixa etária elevada da população aloimunizada estudada, com idade média de 65 anos, espelha este perfil visto que os pacientes idosos são mais propensos as doenças cardiovasculares e as cirurgias ortopédicas. Além disso, estes pacientes muitas vezes apresentam histórico de abordagens cirúrgicas anteriores e consequentemente, hemotransfusões prévias, o que reflete na presença considerável de 28% (118) de pacientes com associação de múltiplos aloanticorpos. Dessa forma, este perfil relatado também impacta na prevalência do sexo feminino (>65%) nos pacientes aloimunizados atendidos, somando-se a isso o histórico obstétrico dessa população e risco de aloimunização. Os aloanticorpos mais prevalentes foram os do sistema Rh e Kell, cuja prevalência e importância clínica já são conhecidas, porém um percentual expressivo de anti-M (12%) também foi encontrado nessa população.

Conclusão

A aloimunização eritrocitária é uma variável imunohematológica que dificulta a rotina transfusional dos pacientes atendidos na AGT. Visto o porte e complexidade dos procedimentos realizados no HMT e a necessidade frequente de reserva de várias unidades de concentrado de hemácias para o atendimento hemoterápico seguro de um único paciente, cria-se a possibilidade do uso de concentrado de hemácias de fenótipo estendido, como estratégia para prevenção de aloimunização no nosso serviço.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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