
A transfusão de hemocomponentes é um procedimento com riscos significativos, motivo pelo qual a Organização Mundial da Saúde incentiva o desenvolvimento de programas para o manejo adequado dos hemocomponentes por meio de estratégias de Patient Blood Management, otimizando o uso destes produtos. Nesse contexto, a agência transfusional do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) coleta informações e gera indicadores para avaliar o nível de adesão ao seu protocolo de segurança. Este estudo teve como objetivo descrever o perfil das transfusões realizadas no HRSC no ano de 2022 no setor de clínica médica e na unidade de terapia intensiva (UTI).
MetodologiaForam coletados dados de transfusões em adultos por meio do registro de indicadores de qualidade da agência transfusional do HRSC e, posteriormente, foi realizada uma análise retrospectiva, descritiva e quantitativa.
ResultadosEste estudo analisou 1072 transfusões, sendo que 53,3% ocorreram em homens e 46,7% em mulheres, com média de idade de 42 anos. A UTI solicitou 79,1% das transfusões. As principais causas foram a anemia sintomática e o sangramento. Os concentrados de hemácias (73%) foram os mais solicitados, sendo 49,6% de O+. Em termos de criticidade, 54% dos pedidos eram urgentes. Entre as transfusões avaliadas foram observadas 16 notificações de reações adversas.
ConclusõesA análise das transfusões permitiu identificar e descrever as características da condução do processo de transfusões em um hospital de referência terciária de uma cidade do interior do Ceará. O levantamento de dados mostrou que a equipe manteve bons níveis de adesão ao protocolo de indicação transfusional, mas com possível subnotificação de reações transfusionais.