Analisar o perfil da mortalidade por anemia nutricional na população do sexo feminino brasileira em todas as regiões do país.

Estudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), vinculado ao DATASUS, referentes aos óbitos por anemia nutricional registrados entre janeiro de 2018 a dezembro de 2022, em indivíduos do sexo feminino de todas as faixas etárias e regiões do país.

No período analisado, constatou-se que o total de óbitos relacionados à anemia nutricional entre as pacientes foi de 1.565, com maior prevalência no ano de 2021, em um total de 430 falecimentos (27,48%). Os dados também mostram que a mortalidade pela condição escolhida afeta com maior intensidade a região sudeste, responsável por 646 (41,28%) óbitos confirmados, seguida pela região nordeste, com 531 (33,93%) falecimentos. A mortalidade em questão prevalece em pessoas com idade superior a 60 anos, que somam 1302 (83,13%) casos, com maior incidência em maiores de 80 anos, com um total de 864 (55,21%) falecimentos. Por fim, há maior número de óbitos de pessoas brancas, com 740 (47,28%) casos.

Atualmente, as anemias nutricionais constituem um sério problema de saúde pública amplamente distribuído na população brasileira, que aumenta o risco de mortalidade e possui maior prevalência relacionada à população feminina, tornando imperativa a análise do perfil dos óbitos de tal enfermidade de forma a contribuir para a melhor compreensão e abordagem desta condição de saúde pública. A partir dos dados obtidos pelo DATASUS, nota-se a presença de maiores índices de mortalidade associados a portadores de anemia de faixas etárias mais avançadas, informação apoiada por diversos estudos de coorte que associam a anemia a um aumento do risco de morte em idosos. Em relação à análise das regiões do país, há a maior prevalência de óbitos relacionados à anemia na região Sudeste e Nordeste, em razão da maior população presente na primeira, já que o recurso do DATASUS disponibiliza as informações de acordo com o quantitativo populacional, e da maior deficiência nutricional relacionada à segunda região, o que também foi confirmado pelas informações de outro estudo brasileiro prévio que obteve dados semelhantes. Por fim, uma pesquisa anterior indicou que indivíduos mais afetados pela mortalidade por anemia nutricional eram pessoas negras, ao passo em que este estudo identificou maior ocorrência em pacientes brancas, o que pode ser explicado pela atualização de informações garantida por dados mais recentes, aliada com o aprofundamento na população escolhida para o estudo, focado em pacientes do sexo feminino.

O estudo revelou que a anemia nutricional é uma importante causa de mortalidade de mulheres brasileiras, com maior número de óbitos na região sudeste e em mulheres acima de 60 anos, especialmente aquelas com mais de 80 anos. Desta forma, a presença da análise do perfil desta mortalidade possibilita intervenções de saúde pública focadas na prevenção e tratamento direcionados, com abordagem mais eficaz quanto a essa condição de saúde pública.