Introdução: A papulose linfomatoide (PL) é uma variante rara do linfoma cutâneo de células T (LCCT), neste caso específico das CD30+. A PL tipo C no estudo histopatológico é caracterizada por grandes células anaplásicas e pleomórficas, não desempenhando papel nos mecanismos inflamatórios reativos. Apresenta-se tipicamente com lesões do tipo pápula vermelho-acastanhadas e ao fim do curso da patologia podem surgir cicatrizes com hiperpigmentação. Objetivo: Relatar e discutir o caso de uma paciente com diagnóstico de PL tipo C. Caso clínico: Feminino, 35 anos, admitida em uma Unidade Básica de Saúde com lesão cutânea à esclarecer. Na primeira abordagem, a morfologia do agravo consistia em bordas bem delimitadas, de coloração eritematosa, circunscrita, de crescimento rápido (cerca de 3 meses), indolor e localizada em lábio superior direito. Com a evolução do caso, optou-se pela exérese da lesão concomitantemente com o estudo histopatológico. O resultado do procedimento supracitado evidenciou uma inflamação crônica granulomatosa de corpo estranho, em atividade e organização. Apresentou proliferação histiocitoide/epitelioide atípica, sendo recomendado, então, uma análise imunohistoquímica (IHQ). Os achados da IHQ foram: S100-/CD30+/CD2+/CD3+/CD4+/CD5+/CD7+/CD8-/CD20-/PAX5-/KI47 de 40%, confirmando, dessa forma, o diagnóstico de PL tipo C. No exame físico não apresentava outras lesões e não foi palpada qualquer adenomegalia. Tendo em vista a possibilidade de outros focos neoplásicos, efetuou-se uma tomografia computadoriza (TC) de tórax e abdome, todavia os resultados foram negativos. Após a avaliação especializada do setor oncohematológico de um hospital de referência em Santa Catarina, optou-se pelo seguimento clínico da paciente a qual não apresentou recidivas das lesões até o momento. Discussão: A PL tipo C tem como aspecto epidemiológico o maior acometimento no sexo masculino, numa proporção de 2:1, especialmente a partir da quinta década de vida. Mesmo apresentando histologia com aspecto maligno, seu desenvolvimento é benigno, porém, em alguns casos, pode evoluir para outros tipos de linfoma, como a micose fungoide, o linfoma cutâneo e o linfoma de Hodking. Não existe um algoritmo padronizado no tratamento desse LCCT, de tal maneira que as características clínicas e a experiência do profissional devem ser priorizadas. As opções terapêuticas propostas consistem em corticosteroide tópico, gencitabina, metotrexato em baixas doses, fotoquimioterapia, PUVA terapia, interferon gama, entre outros. No caso descrito a paciente apresentava lesão única, pequena, com ausência de sintomas constitucionais. A exérese para biópsia retirou toda a lesão e até o momento a paciente encontra-se sem novas lesões, não necessitando de tratamento sistêmico. Conclusão: Por ser tratar de uma afecção rara e com poucos casos descritos na literatura, se faz por necessário maiores relatos e/ou estudos para uma padronização do seu tratamento. É importante lembrarmos que lesões cutâneas atípicas requerem uma investigação complementar mais elaborada para confirmação do diagnóstico, visto que existe um potencial de malignização da doença.
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