
Analisar os casos de leucemia na região Norte do Brasil.
MétodosEstudo descritivo com abordagem quantitativa, que utilizou dados do DATASUS do período de 2013 a 2023 da região Norte. Os casos selecionados foram aqueles sob o diagnóstico C91,C92,C93,C94 e C95, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças. As variáveis coletadas foram o ano do diagnóstico, sexo e faixa etária. Posteriormente, realizou-se a análise por meio do Software Microsoft Excel® 2021.
ResultadosDurante o período analisado, foram registrados 4.980 casos de leucemia, sendo 2.844 (57%) com leucemia linfoide (C91) e 1.996 (40%) com leucemia mieloide (C92). A média anual de casos da C91 foi de 259, que variaram nos períodos de 2013-2018 e 2019-2023, respectivamente, 178 para 356 casos/ano. O sexo masculino foi predominante, com 1.647 casos (58%), e a faixa etária de 0-19 anos, com 2.096 casos (74%). Enquanto, os casos da C92 se mantiveram estáveis com média de 181 casos/ano, com variações de 174 para 190 casos/ano entre os períodos de 2013-2018 e 2019-2023. Nesses casos, o sexo masculino tambem foi predominante, com 1.116 casos (56%), enquanto, a faixa etária foi de 40-59 anos com 621 casos (31%). Os outros 140 casos (3%) que representam as demais leucemias (C93, C94 e C95), mantiveram a predominância masculina, com 86 casos (61%), e a faixa etária de 0-19 anos, com 43 casos.
DiscussãoO número de casos destaca a C91 como principal causa de leucemia na região, seguida pela C92. Esses sendo os tipos mais comuns da doença, infelizmente, o banco de dados utilizado não contém informações sobre os subtipos, crônica ou aguda, o que limita uma análise mais elaborada. Em relação à distribuição desses casos no período analisado é possível observar um aumento expressivo a partir de 2019 nas leucemias linfoides, enquanto, as leucemias mieloides apresentaram um crescimento menos significativo. Esses dados fomentam algumas questões como: se algum fator contribuiu para a diferença no padrão de crescimento entre C91 e C92, e se esse aumento resulta de uma melhoria no diagnóstico e conscientização da população ou de um aumento no número de pessoas atingidas pela doença. É notório que o sexo mais antigindo pelas leucemias é o masculino e a faixa etária é de 0-19 anos, esse dado segue em concordância com o padrão global da doença. Da mesma forma que a prevalência da C91 na faixa etária de 0-19, que representa mais de 70% dos casos, é esperada, por ser conhecida como a leucemia da infância. Enquanto, a C92 mostrou prevalência na população entre 40-59, sendo mais comum na população adulta.
ConclusãoEm suma, os dados sugerem uma tendência crescente no número de casos de leucemia na região Norte do Brasil, especialmente para a leucemia linfoide. Sendo que esses casos são, majoritariamente, do sexo masculino e em pessoas menores de 20 anos, e entre 40-59 anos para leucemia mieloide. Esse estudo, somado à ausência de informações detalhadas sobre subtipos, demonstra a necessidade de mais pesquisas para identificação de fatores que esclareçam o comportamento observado na região e para guiar mais estratégias de conscientização sobre a leucemia.