Introdução: A contaminação bacteriana de hemocomponentes é um evento adverso, potencialmente grave, fatal e altamente subdiagnosticado. Apesar das intervenções feitas, a contaminação bacteriana ainda causa sepse e mortes relacionadas a transfusão (Fatalities reported to FDA following blood collection and transfusion). A AABB define que o Banco de Sangue (BS) deve ter métodos para detectar bactérias em todos os componentes plaquetários destinados a transfusão, enquanto no Brasil, a Portaria Consolidada n° 5 apenas recomenda 100%, determinando a obrigatoriedade em 1%. Comumente é utilizado nos BS a hemocultura, valendo-se de 8 a 10 mL de amostra, dificultando e depreciando o CPST (v = 40 a 70 mL), além do elevado custo dos testes. Faz-se necessário uma alternativa para realizar a verificação de contaminação bacteriana nas bolsas de CPST do grupo H.Hemo, mantendo-se a sensibilidade, e, para fins logísticos de centralização do processo, avaliando o tempo (T) máximo de manutenção da cultura inoculada em frascos próprios antes da inserção no equipamento. Objetivo: Definir um protocolo para hemocultura com baixo custo, utilizando menor volume de amostra, avaliando a sensibilidade e o T máximo de permanência dos frascos inoculados fora do equipamento, sem ocorrência de falso negativo. Materiais e métodos: Realizado pool de amostras formadas por 5,6,7 e 8 CPST, sendo 1 bolsa do pool contaminado com bactéria padrão. Para os controles positivos foram utilizados: S.aureus (NCTC 10788), E.coli (NCTC 12923) e C. albicans (NCPF 3179), 5 pool para cada bactéria. Utilizados volumes de inóculo para concentrações de 30 UFC/mL em cada CPST contaminado, sendo esse diluido 5 a 8 vezes, conforme número de amostras contidas no pool. Coletou-se extensões das bolsas por selagem (1 a 1,2 mL), após 2h de realizado a contaminação (n=72). Utilizando seringa e agulha, os pools foram inoculados em frasco de Hemocultura BACTEC Plus Aerobic/F (BD, MD), em fluxo laminar. Os frascos foram incubados em sistema automatizado BACTEC FX (BD, MD), onde um conjunto foi incubado de imediato e os demais mantido por 18, 21 e 24hs, a temperatura entre 15̊ e 25°C, simulando o tempo e condições de transporte, para cada um dos pool (5,6,7,8 bolsas). Para cada grupo foram mantidos 4 controles negativos. Resultados: Tempo médio obtido para positivar os frascos inoculados após 2h: 22:24h (S. aureus), 8:07h (E. coli) e 30:04h (C. albicans). Os frascos positivaram no T zero, 18, 21 e 24hs, com exceção de 3 frascos com C. albicans que apresentaram resultados negativos no tempo 15 e 21h × pool de 6 e 15h × pool 8. Os T médios de positividade foram menores para os frascos mantidos fora do equipamento por um período, sendo de: 4:30h (S. aureus), 1:50h (E. coli) e 20:10h (C. albicans). Discussão: Observado que não houve grande diferença no T para positividade entre as concentrações do mesmo inóculo, sendo maior para os frascos colocados de imediato, o que mostra que o período para obtenção da positividade é relativo ao T da realização da inoculação do frasco. Conclusão: O protocolo definido neste estudo é eficiente para realizar teste microbiológico em pool de CPST, podendo ser aplicado com baixo custo na rotina de BS, sem ocorrência de falsos negativos. Ressalta ainda que é possível a centralização do processo de monitoramento da cultura, podendo o frasco ser mantido fora do equipamento por até 24h.
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