
O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica maligna, caracterizada pela proliferação clonal de plasmócitos originários da medula óssea, resultando em comprometimento sistêmico do paciente. Com milhares de novos casos registrados anualmente, essa doença afeta predominantemente homens após a quinta década de vida. Associada a um prognóstico desfavorável, os indivíduos com mieloma múltiplo apresentam uma sobrevida média de 5 anos e podem manifestar uma variedade de sintomas, incluindo dor óssea, complicações renais, hipercalcemia, anemia, infecções recorrentes, além de impactos psicológicos, sociais e espirituais. A importância dos cuidados paliativos (CP) em doenças crônicas é amplamente reconhecida, independentemente do estágio da doença. Os CP visam aliviar o sofrimento e a dor do paciente quando não há mais esperança de cura, proporcionando um tratamento adequado e humanizado para o paciente e familiares, visando à prevenção de ansiedade, depressão e suicídio.
ObjetivoO objetivo é analisar criticamente o conhecimento atual sobre mieloma múltiplo em idosos em CP.
Materiais e métodosTrata-se de uma revisão bibliográfica da literatura integrativa, utilizou-se uma abordagem qualitativa com propósito de explorar o tema. Foram utilizadas como bases as seguintes plataformas: BMJ journals, Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde, PubMed e SciELO. A partir do recorte temporal de 2002 a 2022, nos idiomas inglês e português.
ResultadosOs pacientes que receberam tratamento hematológico tradicional tiveram indicadores inferiores de qualidade ao final da vida em comparação aos pacientes que receberam CP com início em até 8 semanas após diagnóstico. Estes apresentaram sintomas mais brandos de dor e diferentes combinações dos indicadores, como a falta de necessidade de intubação, hospitalização e realização de ressuscitação cardiopulmonar, além da dispensabilidade do tratamento anti-mieloma nos últimos dias de vida.
DiscussãoAs intervenções dos CP baseiam-se na avaliação da condição biopsicossocial do paciente, considerando o grau de estadiamento do tumor, a rede de apoio presente, gênero e idade, buscando manejar os sintomas e informar o paciente e seus entes sobre a condição, dando apoio físico e emocional para o enfrentamento da doença. Transtornos de humor apresentam-se de maneira atípica em idosos, sendo difíceis de diagnosticar pelo processo de senescência, exigindo uma abordagem singular, principalmente quando associados aos quadros de câncer. Por se tratar de uma condição que não tem cura, os casos de suicídio são vistos como uma maneira de os pacientes tomarem o controle de suas próprias vidas, acabando com o sofrimento, impotência e incerteza.
ConclusãoConclui-se que o tratamento paliativo precoce facilita o enfrentamento da doença MM na esfera biopsicossocial, no entanto, é necessária a realização de mais estudos para melhor compreensão dos impactos.