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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1158-S1159 (outubro 2024)
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O PAPEL DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO CONTEXTO DAS DISCRASIAS SANGUÍNEAS: REVISÃO INTEGRATIVA
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LFS Almeidaa, MEC Nogueiraa, LR Arêdesb, TS Cruza
a Universidade Nova Iguaçu (UNIG) - Campus V, Nova Iguaçu, RJ, Brasil
b Afya Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga, Ipatinga, MG, Brasil
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HEMO 2024

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Introdução/objetivos

Reconhece-se que condições hematológicas possuem significativa incidência na população geral, a exemplo da anemia que acomete cerca de 24,8% dos indivíduos a nível mundial. À luz de tal fato, evidencia-se a importância do papel do dentista na identificação inicial dessas patologias no contexto de procedimentos odontológicos. Ainda cabe destacar o risco de hemorragia ao qual pacientes portadores de coagulopatias estão submetidos em atendimentos à saúde bucal. O presente estudo visa destacar a importância do conhecimento do dentista acerca de discrasias sanguíneas no que se refere à identificação e à evitação de complicações.

Material e métodos

Trata-se de uma revisão de literatura embasada em artigos científicos encontrados nas plataformas científicas SciElo e PubMed. Para a realização da pesquisa foram utilizados os descritores “Discrasia Sanguínea”, “Coagulopatia”e “Odontologia”.

Resultados

No Brasil, estima-se que cerca de 18.500 indivíduos possuam distúrbios de coagulação hereditários. Outrossim, ressalta-se que a cavidade oral representa uma estrutura do organismo altamente vascularizada e com significativo risco de sangramento. Desse modo, interpretando a transposição desses fatos, compreende-se que pacientes portadores de discrasias sanguíneas quando submetidos a procedimentos como extrações dentárias podem apresentar um sangramento pós-operatório importante, cabendo ao dentista a realização de uma anamnese adequada para detecção do problema e respaldo de complicações, bem como o contato com o médico responsável para que de maneira multidisciplinar possam traçar a conduta adequada diante do indivíduo consultado.

Discussão

Apesar da prevalência dos distúrbios de hemostasia no ambulatório odontológico, ainda persiste uma escassez de diretrizes que norteiem o cirurgião-dentista a um atendimento seguro e eficaz desses pacientes, principalmente no contexto de condições hematológicas específicas. Atualmente, métodos de hemóstase têm sido atestados para uso em procedimentos dentários, a exemplo da aplicação da cola de fibrina no local no dente extraído, a qual tem demonstrado excelentes desfechos hemostáticos em pacientes com desordens hemorrágicas, assim como tem reduzido a oneração terapêutica por não haver necessidade de hospitalização. Ademais, o ácido tranexâmico tem se mostrado um excelente agente para hemostasia local em procedimentos odontológicos. Para que tais técnicas sejam implementadas de maneira devida, no entanto, faz-se necessária a adequada avaliação clínica, indagando acerca de histórico de sangramento e quanto ao uso de anticoagulantes, bem como avaliação laboratorial complementar, especialmente a dosagem dos níveis dos fatores de coagulação no sangue.

Conclusão

Sob a óptica dos fatos expostos, coloca-se em evidência a relevância do conhecimento sobre essa temática para que o dentista possa adotar conduta eficaz quando exposto a esse cenário, reconhecendo que uma vez que discrasia sanguínea é diagnosticada precocemente e tratada de maneira correta, a expectativa de vida do indivíduo portador da patologia é praticamente equânime à média da população geral. Desse modo, postula-se que a realização de uma avalição sistemática é primordial para respaldar as decisões clínica-cirúrgicas baseada em evidências no âmbito da odontologia, principalmente quando diante de um paciente portador de desordens da coagulação.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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