Objetivos: O objetivo deste trabalho foi avaliar a possível ocorrência de aloimunizações em pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) atendidos pela Unidade de Coleta e Transfusão da 4ª Regional de Saúde de Irati, Paraná, Brasil. Material e métodos: O trabalho envolveu análise retrospectiva de dados obtidos de pacientes com IRC que necessitaram de transfusão sanguínea e foram atendidos pela Clínica Renal e pela Unidade de Coleta e Transfusão de Irati, durante o ano de 2018 e janeiro de 2019. Os dados coletados incluíram a fenotipagem dos doadores de sangue e receptores com IRC do município de Irati e a pesquisa dos aloanticorpos realizadas pelo Hemepar, Curitiba. Foram atendidos os princípios da ética, parecer CEP 3604607. Resultados: Neste período foram realizadas 754 transfusões com média mensal de 30,15±10,04 transfusões para sexo masculino e 27,15±6,67 para sexo feminino (p>0,05). Dentre estes, 17 pacientes com IRC receberam 73 transfusões e utilizaram 145 bolsas de sangue, com maior percentual de uso para pacientes de 70 a 80 anos. Os pacientes do sexo masculino receberam 66 transfusões (90,41%) totalizando 5,5±1,16 transfusões mensais e do sexo feminino receberam 7 (9,58%) totalizando 0,54±0,66 transfusões mensais (p<0.001). Todos os pacientes foram fenotipados para os sistemas de grupos sanguíneos eritrocitários Rh, Kell, Kidd, Duffy, Lutheran, Lewis, P1, MNS e Diego antes da primeira transfusão. Quatro pacientes cujo fenótipo Rh não foi definido receberam bolsas com o fenótipo RhD negativo. Todos os pacientes apresentaram pesquisas de anticorpos irregulares (PAI) negativa nos períodos pré e pós transfusões sanguíneas, ou seja, havia inexistência de aloimunização. Discussão: A maioria dos pacientes IRC que receberam transfusões sanguíneas foi do sexo masculino, possivelmente pelo fato de que as doenças crônicas predisponentes a IRC acometem mais os homens e o uso de eritropoietina é melhor tolerado pelas mulheres. Os receptores tinham entre 45 e 87 anos de idade (média de 68 anos) e a faixa etária que mais transfundiu foi de 70 a 80 anos (51%) que receberam 44% das bolsas, demonstrando que o avanço da idade compromete o indivíduo nas patologias crônicas. A não ocorrência de aloimunização no período analisado foi devido à realização da fenotipagem estendida em todos os pacientes,antes da primeira transfusão, o que foi um fator contribuinte para que não ocorressem reações transfusionais. Para que o processo de transfusão seja bem sucedido e seguro é preciso que o sangue seja de qualidade e uma das qualificações é conquistada pela fenotipagem e uso de bolsas compatíveis. A distribuição dos fenótipos dos antígenos dos sistemas de grupo sanguíneo eritrocitário demonstrou que precisamos estar alertas, pois existem doadores com fenótipos raros. Conclusão: A ausência de aloimunização nos pacientes com IRC da Clínica Renal de Irati foi decorrente da fenotipagem preventiva dos antígenos de grupos sanguíneos eritrocitários antes da primeira transfusão. A seleção de bolsas adequadas é um avanço no serviço de medicina transfusional trazendo segurança e benefícios a todos os envolvidos.
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