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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2222
Acesso de texto completo
MORBIMORTALIDADE MATERNA E PUERPERAL EM PACIENTES COM DOENÇA FALCIFORME
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MC Rabelo, MEF dos Santos, ÁTSD Oliveira, CCVF Silva, LOL Spinelli, MES Fontinele, TP Andrade, TCC Fonseca
Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Doença Falciforme (DF) é uma hemoglobinopatia hereditária cuja forma mais grave é o genótipo HbSS, marcado por anemia hemolítica, crises dolorosas recorrentes e lesões progressivas. Na gestação, portadoras DF apresentam risco elevado de complicações, com morbimortalidade perinatal superior à população geral.

Objetivos

Analisar as taxas de morbimortalidade materna e puerperal em gestantes com DF, identificando fatores relacionados a desfechos favoráveis e negativos.

Material e métodos

Trata-se de uma revisão sistemática de literatura obtida por meio de busca em bases como PubMed, Scielo e CAPES. Para tal, foram utilizados os descritores: “Sickle Cell Disease”, “Maternal Mortality”, “Maternal Morbidity” e “Postpartum Period”. Incluíram-se publicações dos últimos 5 anos e excluíram-se revisões e meta-análise.

Discussão e conclusão

990 artigos foram encontrados, 947 excluídos após os filtros, 18 após a leitura do resumo e título e 10 por não contribuírem para os objetivos. Restaram 8: 1 ensaio clínico randomizado, 3 transversais comparativos, 2 observacionais retrospectivo e prospectivo e 2 de coorte, com um período de estudos de 1997 a 2022 e totalizando 9.463.991 indivíduos observados. A taxa de mortalidade variou entre 14 a 10,3/10.000 partos (4 estudos) e a morbidade materna grave entre 4,3% e 5,9% (3 estudos). Entre os fatores de risco, 4 artigos apontaram a disparidade racial (mulheres negras com 3 a 4 vezes mais risco de complicações e índices de morbimortalidade), 3 apontaram a assistência pré-natal insuficiente, 2 a renda abaixo da média e 1 o nível educacional baixo e idade materna jovem. Pré-natal adequado e transfusão profilática associaram-se a melhores desfechos em 2 estudos e a consulta pré-concepcional em 1. No que tange às complicações, 6 trabalhos relataram pré-eclâmpsia (variando 15,4%‒7%), 5 infecções peri/pós parto (74,8%‒11,7%), 4 eventos trombóticos (14,3%‒5,6%), 3 síndrome torácica aguda e transfusão de emergência (20%‒7,7% e 18,5%‒33,2% respectivamente) e as crises vaso oclusivas em 2 (79%‒61,2%). Outros eventos: maior quantidade de cesáreas e reinternações hospitalares em 2 artigos e em 1 a hemorragia pós-parto. 4 associaram o HbSS a maiores complicações e óbitos maternos. Apesar dos avanços na saúde gestacional, a morbimortalidade de gestantes com DF permanece com níveis alarmantes. Os fatores de risco contemplam aspectos socioculturais e econômicos, evidenciando que mulheres negras estão mais vulneráveis a desfechos negativos, além de aspectos como a baixa condição econômica, escolaridade e a ausência de pré-natal. Ademais, as pacientes apresentaram maiores índices de complicações na gestação, como pré- eclâmpsia, infecções, eventos trombóticos e síndrome torácica aguda. Esse aumento pode estar associado às alterações celulares, vasculares e a elevação das demandas metabólicas da gestação. Com isso, desfechos negativos são mais prevalentes, acarretando maiores intervenções cesarianas, transfusões de emergência, reinternações e óbito materno. Entretanto, a pesquisa apontou que o pré-natal adequado e cuidados especializados favorecem a sobrevida e diminui as chances de complicações, reforçando a necessidade de investimento na área e atenção redobrada. A DF é um desafio à saúde materna, agravado por vulnerabilidades sociais. Complicações são frequentes, mas o pré-natal adequado e cuidados especializados reduzem os riscos. Investir em acesso e qualidade do atendimento é fundamental.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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