
O Eritroparvovírus é causador de uma variedade de síndromes clínicas, como por exemplo o eritema infeccioso, a hidropisia fetal não-imune e a anemia aplástica transitória. Foi primeiramente isolado em 1975 por Cossart et al, durante análises de sorológicas para a detecção da hepatite B em amostras de doadores de sangue. Pertence à família Parvoviridae e ao gênero Erythroparvovirus, sua estrutura é icosaédrica, e seu genoma é constituído por uma molécula de DNA fita simples. Possui tropismo pelos precursores eritróides, e é o único de sua família que é patogênico ao homem. O vírus possui três proteínas, sendo duas estruturais VP1 e VP2, constituindo o capsídeo e uma não estrutural NS1. Seu ciclo de replicação causa lise celular, destruindo as células progenitoras eritróides e inibindo o crescimento de suas colônias celulares (CFU-E). Em portadores de anemia hemolítica crônica, pode provocar aplasia pura de série vermelha. Em 2016 no Guarujá, durante uma epidemia de dengue, diversos casos de eritroparvovirose, foram confundidos com dengue devido aos sintomas similares. A predição de epitopos lineares consiste em algoritmos que consideram a estrutura das proteínas, para prever regiões com maior probabilidade de interação com o sistema imune. O presente trabalho teve como objetivo a predição in silico das regiões mais propensas a epitopos no capsídeo viral por meio de ferramentas bioinformáticas e repositórios online (AliView, I-TASSER, BepiPred-2.0 e Uniprot [acession number: Q9PZT0]). A predição de epitopos lineares do capsídeo viral apresentou regiões propensas, foram identificados 304 resíduos de alto score de probabilidade, em diferentes regiões da proteína. A predição de estrutura secundária, evidenciou que estas regiões estão expostas na proteína, e com alta superfície de acessibilidade para anticorpos. Este tipo de análise envolve cálculos baseados em tabelas de valores de propriedades biofísicas dos vinte aminoácidos. Os algoritmos mais difundidos, são validados contra bases de dados de epitopos determinados experimentalmente. Os resultados obtidos nessa análise, concluímos que a proteína C do Eritroparvovírus possui potencial imunogênico, contudo são necessários estudos em bancada, para validação dos nossos achados.