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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S435-S436 (outubro 2024)
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MANUTENÇÃO DE GESTAÇÃO EM PACIENTE COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA B: RELATO DE CASO
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ASA Silva, LGF Lima, MFH Costa, TR Evangelista, JO Vieira, BCP Melo, GCMPM Lira, LR Souza, JAM Fragoso, JFC Santos
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil
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HEMO 2024

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Introdução

A leucemia aguda é incomum durante a gravidez, afetando cerca de 1 em 75.000 gestações, sendo 28% dos casos diagnosticados durante a gravidez são LLA, enquanto a LMA e a LMC representam o restante. O tratamento de malignidades durante a gravidez representa um grande desafio para o médico, paciente e feto.

Objetivo

Relatar caso de gestante com leucemia linfoblástica aguda B que manteve gestação até viabilidade fetal.

Relato

Paciente 40 anos, G2P1A0, no 2 trimestre da gestação, apresentou dor abdominal aguda, hiporexia, sangramento cutâneo-mucoso, febre diária e adinamia, procurando assistência inicial, com pancitopenia e hepatoesplenomegalia. Foi encaminhada a serviço terciário, recebendo diagnóstico de leucemia linfoblástica aguda B (LLA-B) Philadelphia negativo e citogenética convencional normal (30,3% de blastos positivos para CD19, CD20+, CD22, CD34, CD66c par, CD79a, CD81++, CD123 e HLA-DR). Biópsia de medula óssea continha celularidade de 80%, predominando linfocitos pequenos, com imuno-histoquimica corroborando com o diagnóstico supracitado. Foi programada a interrupção da gestação; entretanto, mesmo orientada e ciente dos riscos materno-fetais, a paciente optou por seguir com a gravidez. Tomografias para rastreio infeccioso com alterações nodulares confluentes no segmento basilar posterior do lobo inferior do pulmao direito, com nodulo periferico com escavacao, cujos diagnósticos diferenciais envolviam embolia séptica e micobacterioses. Na broncoscopia, mucosa traqueobrônquica palida e friavel e pesquisa de Mycobacterium tuberculosis no lavado broncoalveolar negativa. Afastado evento infeccioso, optado pelo protocolo do Children's Oncology Group AALL0343, com exceção da PEG-asparaginase e do metotrexato intratecal, mantendo daunorrubicina 30 mg/m2/dia (dias 8, 15, 22 e 29), vincristina 1,5 mg/m2/dia (dias 8, 15, 22 e 29) e prednisona 60 mg/m2/dia (dias 1 a 38). Na vigência da 32ª semana de gestação, ocorreu parto via vaginal, com recém-nascido do sexo masculino, ativo e reativo, grande para idade gestacional (> p90), Apgar 8/9, sem malformações ou alterações hematológicas, permaneceu na UTI neonatal por 10 dias até a alta, sem intercorrências no período. Não houve alterações fetais de outras naturezas, sendo o pré-natal de alto risco realizado no mesmo serviço. Avaliação medular pós-indução apontava 6,9% de blastos com as mesmas características prévias. Após 4 semanas após o parto, recebeu infusão do 1° bloco ímpar do esquema HyperCVAD. Entretanto, após conclusão do 1° bloco par, do mesmo esquema, apresentou lesão hepática induzida por drogas (pelo metotrexato), neutropenia febril prolongada e sintomas de infecção respiratória inferior, com imagem sugerindo aspergilose angioinvasiva, cujo tratamento foi instituído. Mesmo assim, houve piora progressiva, falecendo 72 horas após transferência à UTI por sepse e insuficiência renal aguda.

Conclusão

O manejo de leucemias agudas na gestação é complexo e demanda atenção multidisciplinar, especialmente quando a gestação é mantida até a viabilidade fetal. No caso acima, descrevemos paciente que apresentou boa resposta à quimioterapia de indução adotada, sem danos fetais.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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