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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
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(Outubro 2025)
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LLA-B COM FENÓTIPO SUGESTIVO DE REARRANJO DO GENE DUX-4
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Felipe Vieira Rodrigues Maciel, Vanessa Afonso da Silva, Denise Pires Teixeira de Souza, Tatiana Rabelo Santos, Marinez Farana Matos, Mariana Gomes Serpa, Maria Mirtes Sales
Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Sírio Libanês, São Paulo, SP, Brazil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Relato de caso

A classificação de neoplasias hematológicas da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2022 incorpora em um grupo, novos subtipos de anormalidades genéticas presentes nas Leucemias Linfoides Agudas B (LLAs-B), incluindo os rearranjos dos genes DUX4, MEF2D, ZNF384 e NUTM1. Os rearranjos envolvendo o gene DUX4 são as lesões genéticas mais frequentes deste grupo e apresentam de forma mais característica correlação com um imunofenótipo específico. Sua identificação é fundamental para a estratificação de risco e, em alguns casos, para otimização da estratégia terapêutica. As LLAs-B com rearranjo envolvendo o gene DUX4 compreendem cerca de 20% das LLAs-B com cariótipo normal. São proporcionalmente mais prevalentes em adolescentes e adultos jovens. Estão associadas a um bom prognóstico mesmo na presença de outros fatores de risco adverso como deleção associada do gene IKAROS e pesquisa de Doença Residual Mensurável (DRM) positiva no início da terapia. É uma alteração genética que pode estar associada à troca de linhagem celular durante o tratamento. O parceiro mais frequente nesta fusão é a IGH e menos comumente, o gene ERG, que resultam numa isoforma truncada do DUX4 nas células B. Estes rearranjos não são evidentes na análise citogenética convencional ou no FISH, sendo necessários estudos de perfil de expressão gênica ou sequenciamento de última geração (NGS), que não são facilmente disponíveis em nosso meio. Contudo, estudos prévios recentes evidenciaram forte associação entre esta alteração genética e perfil imunofenotípico específico, com forte expressão do antígeno CD371 (LLC-1) na superfície celular dos blastos, assim como fraca positividade para o antígeno T-associado CD2, com sensibilidade e especificidade em torno de 98%. Relatamos caso clínico de paciente de 39 anos, previamente hígido, masculino, etnia branca que apresentou quadro de hemoptise e cansaço aos esforços recente que o motivou a procurar atendimento médico. Hemograma inicial revelou Hb: 8.9 g/dl; Leucócitos: 17.540/mm³; neutrófilos: 175/mm³; 94% de blastos e Plaquetas: 124.000/mm³. Foi realizada imunofenotipagem de sangue periférico que confirmou o diagnóstico de LLA-B Comum com a coexpressão de CD371 e CD2. Cariótipo masculino 46,XY, BCR-ABL negativo e líquor sem infiltração. Estudo de Nova GEração de Sequenciamento (NGS) foi realizado e detectou mutação dos genes NRAS (G12D - éxon 2) e KMT2D (Q2702Sfs*33 - éxon 33) com frequência de alelos menores (MAF) de 49,7% e 44,6%, respectivamente. O painel NGS estudado contempla pesquisa de 142 genes, no entanto, o gene DUX4 ainda não está disponível para estudo. Gene ERG foi contemplado e não encontrou-se mutado neste caso. Foi iniciado esquema quimioterápico GRAALL e a reavaliação de doença por citometria de fluxo no D33 foi negativa.

Conclusão

A LLA-B com translocação DUX4 possui características clínicas, prognósticas e fenotípicas específicas e a imunofenotipagem por citometria de fluxo pode ser utilizada como teste alternativo e direcionador, para a identificação das LLAs-B com translocação DUX4.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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