Introdução: O Linfoma Difuso de Grandes Células B (LDGCB) é o mais comum subtipo de Linfoma Não Hodgkin, com uma taxa anual de incidência de 7-8 casos por 100 000 habitantes. Quando apresenta uma translocação envolvendo o proto-oncogene MYC, o tumor tem maior risco para desfechos negativos do que quando comparados aos MYC-negativos. Relatamos um caso de um paciente com essa patologia, assim como seu diagnóstico e tratamento. Relato do caso: Homem, 24 anos, previamente hígido, ex-tabagista, iniciou quadro de dor epigástrica há um ano, do tipo em queimação, com piora após as refeições associada a perda de 8 quilos no mesmo período, o que o levou a procurar atendimento médico. Os exames laboratoriais evidenciaram uma anemia ferropriva. Realizada endoscopia digestiva alta que identificou uma lesão ulcerada e infiltrativa em antro gástrico, que impedia a passagem para avaliação do piloro. O paciente realizou tomografia computadoriza (TC) de tórax que não apresentou alterações e de abdome que demonstrou espessamento parietal na parede posterior do antro gástrico. O anatomopatológico da lesão endoscópica confirmou se tratar de um LDGCB. À imunohistoquímica, positivaram os marcadores c-Myc, LCA, CD20, CD10, PAX-5, conferindo um prognóstico sombrio a esse tumor. Paciente evoluiu com hemorragia digestiva alta refratária ao tratamento clínico, necessitando realizar uma gastrectomia subtotal para controle do sangramento com plano de início do tratamento quimioterápico com protocolo R-CHOP após recuperação cirúrgica. Discussão: LDGCB é uma neoplasia com padrão de crescimento difuso composto de grandes células linfoides B com tamanho nuclear maior do que o dobro do de um linfócito normal. A presença de rearranjo MYC compreende aproximadamente 2% a 10% desses tumores recém-diagnosticados e 11 e 17% dos LDGCB refratários. O diagnóstico é feito através da morfologia, da citometria de fluxo, da imunohistoquímica e da citogenética. A neoplasia está associada a um curso clínico mais agressivo e tem propensão a se espalhar para sítios extranodais, incluindo a medula óssea e o sistema nervoso central. A sobrevida global média desses pacientes é de 0,2 a 1,5 anos. O padrão de tratamento dessa neoplasia é o protocolo CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona) combinado com o anticorpo monoclonal anti-CD20, rituximabe. Dependendo da resposta ao tratamento e dos sítios de localização do tumor, a radioterapia local também pode ser associada. Esses pacientes devem ser criteriosamente acompanhados, em razão dos efeitos colaterais e das complicações que podem surgir durante o tratamento, como no caso do nosso paciente, que apresentou hemorragia digestiva alta refratária ao tratamento clínico. Conclusão: O reconhecimento de LDGCB com variante c-MYC positivo como um subtipo distinto é importante porque a maioria dos pacientes segue um curso de doença agressiva e tem um mau prognóstico, de forma que esses doentes devem ser corretamente manejados.
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