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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S99-S100 (outubro 2022)
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Páginas S99-S100 (outubro 2022)
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LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B ESPLÊNICO E EM BASE DE LÍNGUA - RELATO DE CASO
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982
CC Chinazzo, MC Pawlak, EC Cenci, LB Lopes, AR Fabris, FD Compoy, RR Muratori, ERP Alves
Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau, SC, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Introdução

O linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), mesmo sendo um dos linfomas não-Hodgkin (LNH) mais comuns, tem sua apresentação linfonodal e extranodal de forma rara em literatura. Este artigo relata um caso atípico de LDGCB situado em baço e em base de língua em um paciente masculino de 28 anos, atendido em um hospital de referência no estado de Santa Catarina.

Relato de caso

Homem de 28 anos deu entrada em hospital queixando-se de lombalgia, com irradiação para testículo direito, e dores abdominais há cerca de seis meses. Relata perda ponderal de 10 kg durante 1 mês, juntamente com disfagia para sólidos. Foi submetido a uma tomografia computadorizada (TC) de abdome total que apontou esplenomegalia com lesão expansiva e linfonodomegalia inguinal à direita e retroperitonial, além de uma ultrassonografia (US) de abdome que apontou nefrolitíase bilateral, ambas em pelve renal. A partir disso, o paciente foi submetido a uma biópsia (BX) esplênica que apontou presença do subtipo de linfoma não-Hodgkin: linfoma difuso de grandes células B do subtipo não germinativo. Durante a intubação para a realização da BX, foi observada uma lesão na base de língua que também foi biopsiada e teve como resultado o mesmo tipo de linfoma encontrado no baço. Para o tratamento do paciente foi usado o esquema R-DA-EPOCH que é composto por Etoposídeo, Prednisona, Vincristina, Ciclofosfamida, Doxorrubicina e Rituximabe em seis ciclos, e Rituximabe e Metotrexato sistêmico por dois ciclos. O PET/CT (tomografia por emissão de pósitrons) apresentou contínua redução das dimensões da lesão hipodensa no baço e na língua e o paciente encontra-se em remissão completa no momento.

Discussão

O LDGCB primário em baço é um raro tipo de LNH, ocorrendo em menos de 1% dos casos. Já como parte de doenças sistêmicas, o baço é acometido em cerca de 33% dos casos de LNH. Os sintomas normalmente são esplenomegalia, dor em quadrante superior, febre e perda de peso. Linfomas de língua são raros e têm tendência a aparecer em pacientes masculinos entre 60 a 80 anos, o que torna o caso reportado ainda mais raro, visto a idade do paciente. Cerca de 20% a 30% dos LNH são encontrados em sítios extranodais, sendo a região de cabeça e pescoço a de segunda maior incidência. Além disso, os linfomas na cavidade oral representam apenas 3,5% das malignidades orais existentes. A lesão na língua geralmente se apresenta de forma assintomática, mas quando sintomática pode apresentar disfagia, dispneia, edema e presença de massa na língua, perda ponderal, febre e sudorese noturna. A expressão de c-MYC e BCL-2, positivadas no exame imuno-histoquímico do caso, sugere possibilidade de linfoma difuso de grandes células B duplo expressor, o que acontece em 25% a 35% dos casos. O LDGCB é de comportamento agressivo, porém, quando feito o diagnóstico e tratamento que consiste em quimioterapia associada a rituximab com brevidade costuma responder satisfatoriamente na primeira linha.

Conclusão

Portanto, é rara a apresentação do LDGCB com infiltração em baço e em base de língua na prática clínica. O tratamento pode variar conforme a expressão genética e/ou imunohistoquímica, sendo indicada profilaxia de recaída em sistema nervoso central quando acometido a um sítio extranodal.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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