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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S215 (outubro 2024)
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LINFOMA DE HODGKIN: PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DA UNIDADE DE HEMATOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR ALBERTO ANTUNES (HUPAA/UFAL)
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MGL Verde, TTM Moura, LA Pereira, JPAS Netto, LSVB Melo, ALR Saldanha, MS Moura, MCA Silva
Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil
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Introdução

O linfoma de Hodgkin (LH) apresenta incidência com padrão bimodal e acomete adultos jovens e adultos a partir dos 50 anos. A forma clássica corresponde a 90-95% dos casos e o protocolo de quimioterapia (QT) de primeira linha mais difundido no país é o esquema ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina), com grande potencial de cura. No entanto, há probabilidade de refratariedade e recidiva, especialmente em estágios avançados.

Objetivos

Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes diagnosticados com LH na Unidade de Hematologia e Hemoterapia do HUPAA/UFAL nos últimos 9 anos.

Material e métodos

Dos 40 pacientes incluídos no estudo, 23 (57,5%) eram do sexo feminino, a mediana de idade foi de 32 anos (15 – 67 anos), e 28 (70%) tinham menos de 45 anos. No momento do diagnóstico, 33 pacientes (82,5%) tinham o subtipo esclerose nodular e 22 pacientes (55%) apresentavam estadiamento clínico avançado (20% em estádio III e 35% em estádio IV). A presença de sintomas B ocorreu em 25 pacientes (62,5%) e massa bulky em 14 pacientes (35%). A estratificação de risco foi realizada utilizando os critérios clínico-laboratoriais do Grupo Alemão de Estudos de Hodgkin para o estágio precoce e o escore prognóstico internacional (IPS) para o estágio avançado. Em relação ao estadiamento clínico precoce (18/40), 13 pacientes foram classificados como precoces desfavoráveis. Dos 22 pacientes com doença avançada, 12 tinham IPS > 2. O tratamento de 1ª linha foi ABVD em 100% dos casos e, em 35% destes, foi associada radioterapia. A mediana de seguimento foi de 49,1 meses. A taxa de remissão de 62,5% e 37,5% dos pacientes apresentaram doença recaída/refratária. Na subpopulação de refratários/recidivados, 67% tinham doença avançada ao diagnóstico, dos quais 40% tinham IPS > 2. Neste subgrupo específico de doença recaída/refratária, 40% fizeram pelo menos 1 ciclo de QT sem bleomicina, em contraste com o grupo de bons respondedores, onde somente 12% fez algum ciclo sem bleomicina (p 0,09; RR 2; [0.94 a 4.220]). Em 2021, houve um pico de diagnóstico (7 casos), em comparação com a média histórica de 4,4 casos, sendo a doença refratária identificada em 5 de 7 pacientes (71%). Em nossa casuística a mortalidade foi de 12,5% (5 pacientes), sendo 4 óbitos no subgrupo refratário/recidiva e 1 óbito durante primeiro ciclo de tratamento por evento neurológico não possibilitando avaliação de reposta.

Discussão

O perfil clínico-epidemiológico demonstrado neste estudo é compatível com aquele descrito no Registro Brasileiro de LH e em casuísticas de outros estados, assemelhando-se principalmente às da região Nordeste. Sobre o subgrupo com doença refratária/recidivada, houve uma tendência na análise univariada de que a ausência da bleomicina pudesse ser associada a piores desfechos. O maior índice de diagnósticos e de doença refratária/recidivada em 2021, em contraste com a média histórica, pode se relacionar ao atraso diagnóstico decorrente da pandemia de COVID-19.

Conclusão

O presente estudo é o primeiro a fornecer dados sobre o perfil epidemiológico de LH no estado de Alagoas. Os resultados assemelham-se às casuísticas do Brasil, sobretudo no Nordeste, mas ainda inferiores aos dados de países desenvolvidos e reforçam a importância de implementação de novas estratégias para pacientes com doença de alto risco.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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