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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S223-S224 (outubro 2024)
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Páginas S223-S224 (outubro 2024)
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LINFOMA DE HODGKIN CLÁSSICO EM PACIENTE VIVENDO COM HIV: RELATO DE CASO
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346
ASA Silva, MFH Costa, LGF Lima, ACC Lopes, JO Vieira, TR Evangelista, AQMS Aroucha, MCDM Cahu, VECB Dantas, MP Cesar
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

O Linfoma de Hodgkin clássico (LHc) é uma doença rara, com predileção por adolescentes e adultos jovens (15 a 39 anos). Até 90% dos recém-diagnosticados com LH podem ser curados com quimioterapia combinada e/ou radioterapia. É também uma das neoplasias hematológicas mais frequentes em pessoas vivendo com vírus HIV (PVHIV), sendo causa comum de mortalidade e merece especial atenção.

Relato

Homem, 54a, há 3m iniciou quadro de dor abdominal em fossa ilíaca direita com tumoração palpável, perda de peso (5 kg em 1 mês) e febre vespertina intermitente. Encaminhado para hospital terciário para investigação diagnóstica, tomografia com micronódulos pulmonares difusos em ambos os pulmões, indeterminados, várias linfonodomegalias mediastinais (medindo até 1,1 cm) e retroperitoneais, medindo até 2,1 cm em cadeia ilíaca externa esquerda. Discreta hepatomegalia, esplenomegalia e espessamento parietal irregular de ceco e íleo distal, com densificação dos planos adiposos adjacentes e linfonodomegalias de permeio. Realizou broncoscopia com lesão vegetativa, de coloração branco-amarelada, sugestivo de granuloma, em mucosa da parede posterior da nasofaringe, traqueobronquite crônica. A biópsia de nasofaringe evidenciou granulomas supurativos e o teste rápido molecular para tuberculose foi positivo, em material de lavado broncoalveolar. Lesão de cólon e úlcera de reto biopsiadas por colonoscopia, anatomopatológico revelou lesões ulceradas em atividade com reação granulomatosa, além de colite crônica ativa leve, foram identificados vários bacilos álcool-ácido resistentes pela coloração de Ziehl-Neelsen, compatível com Mycobacterium tuberculosis. Iniciou tratamento para tuberculose disseminada conforme esquema padrão com Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol. Sorologias iniciais diagnosticaram HIV, com carga viral de 45 mil cópias/mL e CD4 123, sendo introduzido também terapia antirretroviral. Apesar de 2 meses de tratamento para tuberculose, linfonodomegalias persistiram em exames de imagem, e em exames laboratoriais bicitopenia apresentada em admissão, evoluiu para pancitopenia. Realizado mielograma com 20% de linfócitos e biópsia de medula óssea que evidenciou arquitetura alterada às custas de aglomerados celulares atípicos, com células linfoides e elementos celulares grandes, por vezes binucleados, perfil imunohistoquímico com expressão de CD15 e CD30, condizente com infiltração medular por Linfoma de Hodgkin forma clássica. Assim, foi iniciado esquema quimioterápico com Doxorrubicina, Bleomicina, Vimblastina e Dacarbazina (ABVD). Atualmente, encontra-se em segundo ciclo de ABVD, segue tratamento para HIV com redução da carga viral para 184 cópias/mL, além de tratamento para tuberculose com esquema de manutenção com Rifampicina e Isoniazida (RI).

Discussão/Conclusão

Trata-se de um caso de paciente com diagnóstico de LHc, International Prognostic Score (IPS) 5 ao diagnóstico, e coinfecção por HIV e tuberculose. Existem algumas diferenças biológicas nestes pacientes, sendo sugerido maior agressividade e maior presença de sintomas b nos casos positivos para o vírus, com envolvimento de sítios extranodais (medula óssea, trato gastrointestinal). Alguns fatores de pior prognóstico são idade avançada, sexo masculino, raça não caucasiana, status econômico deficiente e subtipo histológico não definido. Os desafios associados ao tratamento do linfoma relacionado ao HIV derivam da infecção subjacente pelo HIV e efeitos imunossupressores.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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