Objetivo: Determinar o perfil epidemiológico de mortalidade por leucemia linfoide (LL) e leucemia mieloide (LM), no Brasil, segundo faixa etária, região, cor da pele e sexo, nos anos de 2014 a 2018. Materiais e métodos: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo quantitativo. Foram coletados os números de óbitos por leucemia em crianças de até 14 anos de idade, entre os anos de 2014 a 2018, em todo o território nacional, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Resultados: No período avaliado, foram registrados 1.848 óbitos por LL; o ano de 2018 apresentou o menor número (n = 341) de mortes, e o ano de 2016, o maior (n = 411). Nesse mesmo período, foram registrados 937 óbitos por LM; sendo 2017, o ano com o menor números (n = 165) de óbitos, e os anos de 2015 (n = 200) e 2018 (n = 199), com os maiores números. Na LL, a faixa etária de 5 a 9 anos foi a que apresentou maior percentual (36,4%) de óbitos; adicionalmente, as regiões Nordeste e Sudeste apresentaram as maiores taxas de óbitos, com 31,7% e 31,2%, respectivamente. Em relação à cor da pele, ocorreu maior taxa de mortalidade em indivíduos: brancos (n = 836) e pardos (n = 792), com o menor número nos indivíduos amarelos (n = 5); além disso, a maior porcentagem de óbitos esteve presente no sexo masculino (58,1%). Já na LM, o grupo etário com a maior taxa de mortalidade foi entre 10 e 14 anos (38,4%); as regiões Sudeste e Nordeste apresentaram o maior percentual de óbitos, com 38,6% e 29,8%, respectivamente. Quanto à cor da pele, houve maior número de mortes entre os indivíduos brancos (n = 439) e pardos (n = 399); além, disso o maior percentual de óbitos ocorreu no sexo masculino (52,5%). Discussão: As leucemias fazem parte do grupo de neoplasias malignas de células hematopoiéticas, cujo acometimento ocorre de maneira primária na medula óssea, sendo subdivididas em linfoide ou mieloide e diferenciadas nos subtipos agudo ou crônico, sendo que as formas agudas da doença correspondem a cerca de 97% dos casos de leucemia infantil. Especificamente, no conjunto de neoplasias da infância, a leucemia se apresenta como o distúrbio de maior incidência e letalidade, principalmente, pela LL aguda, como evidenciam os dados de mortalidade trazidos por este estudo. Nesse aspecto, de acordo com os resultados obtidos, verificou-se, também, maior acometimento da doença em meninos, de cor branca e de 5 a 9 anos de idade. Nesse sentido, é possível observar a formação de um padrão, especialmente desfavorável, na mortalidade por essa neoplasia, com evidências de disparidade de cor da pele e idade. Portanto, sugere-se a necessidade de maior esforço para garantir o diagnóstico precoce, para que o início do tratamento seja rápido, pois há registro de taxas de cura superiores a 80% para a LL aguda quando tratada precocemente. Conclusão: As altas taxas de mortalidade, por leucemia na infância, no cenário nacional, evidenciam a importância do diagnóstico precoce e de tratamentos efetivos, sendo imprescindíveis cuidados desde uma anamnese minuciosa, capaz de diferenciar seus sinais e sintomas comuns às outras doenças, até o acompanhamento individualizado de acordo com o risco do paciente, na busca pela remissão e, consequente, queda da mortalidade.
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