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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1876
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LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES E EVOLUÇÃO AO LONGO DA TERAPIA DE INDUÇÃO EM UM HOSPITAL PÚBLICO BRASILEIRO.
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MF Passolongo, TC Bortolheiro, DE Fujimoto, GLdC Rosa, MM Bandeira, JF Campos, LB Brito, BGM Oliveira, ACP Veronez, JLAL Souza, ACR Ribeiro, BS de Oliveira
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP), São Paulo, SP, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A leucemia promielocítica aguda (LPA) é uma neoplasia mieloide marcada pela translocação t(15;17). Considerada uma emergência hematológica com alto risco de mortalidade precoce, nos primeiros 30 dias, apesar dos avanços terapêuticos. Conhecer o perfil clínico-epidemiológico local é fundamental para otimizar o manejo.

Objetivos

Definir o perfil epidemiológico de pacientes com LPA diagnosticados em um hospital público de São Paulo – Brasil, bem como sua evolução durante o tratamento de indução com tretinoína (ATRA) associada a antracíclico (ANT).

Material e métodos

Estudo observacional, transversal e retrospectivo, feito a partir da revisão de prontuários dos pacientes com mais de 18 anos com LPA confirmada por imunofenotipagem e citogenética no laboratório da Santa Casa de São Paulo, entre 01/01/2020 e 01/08/2025. Coletaram-se dados epidemiológicos, clínicos, estratificação de risco, evolução durante indução com ATRA e ANT (idarubicina ou daunorrubicina) e complicações, relacionadas ou não à terapia. A análise foi complementada por revisão de literatura.

Discussão e conclusão

Foram incluídos 31 pacientes. A mediana e a média de idade foram de 44 anos e houve predomínio do sexo masculino (61,29%), perfil semelhante a coortes que mostram média etária de 40–45 anos e ausência de predominância clara de sexo. As manifestações clínicas mais frequentes ao diagnóstico foram fadiga/astenia (38,70%) e hematomas/equimoses (35,48%). Houve predomínio da classificação de risco em intermediário (57,83%), seguido de alto (35,48%) e baixo risco (9,67%). Três pacientes não iniciaram o tratamento, um por transferência e dois por óbito – ambos diagnosticados já em grave estado geral por sangramento em sistema nervoso central. Entre os 28 que iniciaram tratamento, 96,42% apresentaram infecções e 42,85% manifestações hemorrágicas. Sintomas compatíveis com síndrome de diferenciação apareceram em 46,42%, proporção maior do que o encontrado em estudos internacionais, que reportam incidência entre 25% e 40%. Um paciente (3,57%) desenvolveu pseudotumor cerebri, complicação neurológica rara mais descrita em adultos jovens; o paciente tinha 23 anos e interrompeu o ATRA na ocasião. A taxa de mortalidade durante a indução foi de 17,85%, compatível com séries brasileiras (15–30%). A mediana e média entre diagnóstico e óbito foram de 13 e 14 dias, respectivamente, refletindo a evolução fulminante da LPA nas primeiras semanas. Os dados encontrados nesse estudo reforçam a necessidade de agilidade no diagnóstico e início da terapia, além de monitoramento intensivo durante o tratamento inicial, visando reduzir a mortalidade precoce e melhorar os desfechos clínicos desses pacientes no sistema público brasileiro.

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Referências:

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