Objetivo: Relato de caso de paciente que desenvolveu Leucemia Promielocítica Aguda (LPA) após tratamento de câncer de mama (CM) e suas possíveis associações. Métodos: Método automatizado de analisador Hematológico XE-Sysmex, leitura de lâminas, análise de prontuário e revisão bibliográfica. Relato de caso: Mulher, 64 anos, diagnóstico em março/18 de carcinoma lobular invasivo de mama direita com padrão clássico, não metastático. Submetida a cirurgia de quadrantectomia de mama direita em Maio/18, associada a radioterapia local (15 sessões de 267cGy) até Agosto/18. Seguiu hormonioterapia com Anastrozol até Janeiro/20, quando deu entrada no hospital com queixa de equimoses e epistaxe intermitente há 4 dias. Hemograma mostrou Hemoglobina: 13,1 g/dL; Plaquetas: 10.000/mm3; Leucócitos: 12.130/mm3 e presença de 75% de blastos com características de promielócitos displásicos compatível com LPA, confirmada com outros exames complementares, tendo iniciado tratamento específico no dia seguinte. Discussão: O CM é um dos mais incidentes em mulheres. A leucemia mielóide aguda (LMA) pode ocorrer secundariamente a um câncer devido: predisposições genéticas independentes da terapia; exposições ambientais anteriores a agentes cancerígenos independentes da terapia; carcinogenicidade da terapia; e predisposições genéticas dependentes da terapia. O tratamento com quimioterápicos e radioterápicos aumentam a chance de desenvolver LMA, uma vez que podem alterar a conformação das células atingidas ou mesmo alterar um gene. As células cancerígenas apresentam um metabolismo anômolo mais eficaz que favorece a ampliação e expansão do tumor. As proteínas FOX compõem uma superfamília de reguladores transcricionais, relacionadas a homeostase, desenvolvimento e reparo de tecidos. Um dos componentes da família, FOXM1 quando desregulado, está amplamente ligado ao desenvolvimento de tumores, devido seu papel de proliferação celular. O FOXO3 compete com o sítio de ligação do FOXM1, sendo inibidor, mas quando desregulado, FOXO3FOXM1 podem resultar em mudanças no ciclo de vida celular. Estudos mostraram que em biópsias de câncer de mama a proteína do PML se mostra superexpressa, principalmente em tumores triplo negativos. Como mecanismo regulatório essa proteína conduz negativamente o tumor, inibindo a proliferação celular, através da modulação da sinalização FOXO3FOXM1. Supõe-se que por estar superexpressa em pacientes com câncer de mama, durante o tratamento utilizado por radiações ocorram translocações entre o gene PML e o Rarα originando um segundo câncer. Embora ainda seja um dos principais tratamentos para câncer, é conhecido que a radiação ionizante traz prejuízos para o DNA. Defeitos na morte celular induzida pela radiação ionizante, não só impedem que as células tumorais se multipliquem, mas aumentam o risco de câncer, devido a translocações genéticas que podem ocorrer. Conclusão: É de extrema importância um seguimento minucioso das pacientes com CM. A LPA possui uma maior taxa de morte inicial entre as leucemias, mas também possui uma elevada taxa de cura se identificada rapidamente e administrado o ATRA. Além da ampliação do desenvolvimento de protocolos de tratamento que não utilizam radiações ionizantes, que sejam mais específicas para a célula tumoral.
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