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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S235-S236 (Outubro 2022)
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LESÃO BRANCA RESULTANDO EM CARCINOMA ESPINOCELULAR DE LÍNGUA EM UMA PACIENTE EM USO DE MESILATO DE IMATINIBE PARA TRATAMENTO DE LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA
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JS Limaa, HS Machadob, TC Romanichena, CBDS Solaa, DC Setubala, LG Silvaa, VAM Funkea
a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
b Faculdades Pequeno Príncipe (FPP), Curitiba, PR, Brasil
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Objetivos

Relatar o caso de carcinoma espinocelular (CEC) na língua em paciente com leucemia mieloide crônica (LMC) em tratamento com mesilato de imatinibe (MI).

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 80 anos, ex-tabagista, carga tabágica de 1,5 maço/ano, parou há 30 anos. Foi diagnosticada com LMC fase acelerada em dezembro de 2013 pela presença do cromossomo Philadelphia no cariótipo. Iniciou tratamento com MI na dose de 600 mg/dia em fevereiro de 2014, reduzindo para 400 mg/dia em junho de 2016 por toxicidade não hematológica (náuseas e mialgia). Em agosto de 2019, foi identificada uma lesão leucoplásica de aspecto verrucoso na região lateral direita da língua. A histologia mostrou mucosa escamosa com displasia epitelial de alto grau, associada a superfície de aspecto verrucoso e com queratinização, com pequeno foco sugestivo de invasão superficial do estroma. Após exérese da lesão, em março de 2020, novo estudo histológico demonstrou CEC na lesão retirada da língua. Em fevereiro de 2020, o tratamento com imatinibe foi suspenso por apresentar resposta molecular profunda mantida e pela presença da neoplasia. Paciente apresenta boa evolução clínica e sem sinais de recidiva, permanecendo em remissão livre de tratamento (TFR).

Discussão

O uso de inibidor de tirosina quinase na LMC demonstra um potencial de resposta profunda, no entanto, também demonstra efeitos adversos significativos. Eventos adversos comuns incluem manifestações mucocutâneas. Segundo estudo transversal realizado previamente, em torno de 17,6% dos 438 pacientes analisados manifestaram alterações de mucosa como efeito adverso ao MI, sendo 0,2% correspondente à lesão leucoplásica. O principal fator preditor deste tipo de lesão está relacionado ao tempo do tratamento com MI. A respeito da incidência de CEC, são fatores de risco adicionais o tabagismo e o alcoolismo. Muito embora, há relato de manifestação de lesão na língua e mucosa oral apenas com o uso de MI e sem fatores de risco adicionais no estudo de Budrukkar, A. et al. (2011), que descreve sete pacientes com LMC e tumores de cabeça e pescoço. O mesmo estudo demonstra que o intervalo médio entre o diagnóstico de LMC e o aparecimento da lesão carcinogênica foi de 6 anos, assim como apresentado por esta paciente. Outros estudos têm demonstrado ampla variação da prevalência do papilomavírus humano (HPV) na leucoplasia oral e no carcinoma espinocelular oral. A importância do HPV na etiopatogenia de lesões orais potencialmente malignas permanece incerta.

Conclusão

Relatamos uma lesão branca em cavidade oral em paciente com uso de imatinibe para tratamento da LMC, com evolução para CEC de língua. Há necessidade de vigilância epidemiológica para determinar a relação desta neoplasia maligna com o uso de inibidores de tirosinoquinase.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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