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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1117-S1118 (outubro 2024)
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INIBIDORES DE CHECKPOINT IMUNOLÓGICO PD-1 E PD-L1 NO TRATAMENTO DA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA: REVISÃO DE LITERATURA
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ELF Mota, IS Estevam, PE Oliveira, JLL Pinheiro, ES Alvarenga, KLS Ribeiro, GM Almeida, CAB Neto, FC Marques, CDC Gentile
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
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HEMO 2024

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Introdução/objetivos

O desenvolvimento de inibidores de checkpoint imunológico (ICI) vem se mostrando como um grande avanço no arsenal terapêutico anticâncer. A utilização de agentes imunoterápicos anti PD-1, como pembrolizumabe e nivolumabe, vem revolucionando o tratamento do melanoma e outros tumores sólidos. Por esse motivo, há grande interesse na investigação da aplicabilidade desse tipo de terapia em neoplasias hematológicas. Nesse sentido, o presente estudo visa revisar a literatura a respeito da eficácia e do impacto do uso de inibidores de checkpoint imunológicos PD-1 e PD-L1 no tratamento da Leucemia Mieloide Aguda (LMA).

Material e métodos

Trata-se de uma revisão de literatura realizada por meio da análise de artigos publicados entre os anos de 2014 e 2024, escritos em língua inglesa, obtidos mediante busca na base de dados PubMed. Para tal, foram utilizados os descritores (“Acute Myeloid Leukemia” OR “AML”) AND (“PD-1” OR “PD-L1” OR “Programmed Death-1”) AND (“Checkpoint Inhibitor” OR “Immune Checkpoint Inhibitors” OR “Immune Checkpoint” OR “Checkpoint Blockade”).

Resultados

Apesar de revolucionário no tratamento de certos tipos de neoplasia, o uso de inibidores de PD-1 e PD-L1 em monoterapia para a LMA demonstrou resultados desanimadores. No entanto, o seu uso em combinação com agentes hipometilantes (AHM), como azacitidina e decitabina, demonstrou resultados clínicos promissores, especialmente em pacientes idosos e em cenários de doença refratária ou recidivada. Tal combinação pode ajudar a superar a resistência ao tratamento, bem como melhorar a resposta imunológica contra as células leucêmicas. Observou-se grande potencial no uso desses agentes para prevenir ou tratar a recidiva pós-transplante, potencialmente melhorando a vigilância imunológica e reduzindo a doença residual mínima. Além disso, estudos demonstram que a superexpressão de PD-1 e PD-L1 na LMA é comumente associada a desfechos clínicos desfavoráveis, o que sugere possível utilidade na inibição desses checkpoints imunológicos.

Discussão

A agressividade e a rápida progressão da LMA comumente não permite que o sistema imune desenvolva uma resposta antileucêmica apropriada, o que justifica em partes a ineficácia da imunoterapia para essa doença. Já os agentes hipometilantes, muito utilizados em pacientes que não são candidatos a terapia de indução intensa padrão atual e em pacientes refratários, têm a capacidade de aumentar a expressão de PD-1 em células T, criando um mecanismo de resistência. O uso da imunoterapia anti-PD-1 nesse cenário é eficaz para transpor tal resistência. O uso de biomarcadores poderá ser útil na escolha personalizada de pacientes que se beneficiariam do uso de ICI.

Conclusão

A utilização de inibidores de checkpoint imunológico PD-1 e PD-L1 no tratamento da LMA não atendeu às altas expectativas, mas tem se demonstrado promissora quando utilizada em combinação com agentes hipometilantes, propiciando melhores desfechos clínicos para grupos específicos de pacientes, como idosos, recidivados, refratários e pós-transplante. Estudos mais robustos são necessários para compreender em quais contextos os ICI ofereceriam melhores resultados, no entanto, tal terapia se mostra como uma ampliação promissora do tão limitado arsenal terapêutico para a LMA.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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