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Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S576-S577 (outubro 2022)
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Páginas S576-S577 (outubro 2022)
Open Access
INFECÇÃO ORAL POR ACTINOMYCES EM PACIENTES APÓS TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS ALOGÊNICO: SÉRIE DE CASOS
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936
JESR Carvalho, JF Tagliabue, LDD Teixeira, ACDS Menezes, LDB Alves, MMM Piragibe, GA Ramos, CS Boasquevisque, HS Antunes
Instituto Nacional do Câncer (INCA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
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Objetivo

Relatar sete casos de infecção por Actinomyces em pacientes após o transplante de células tronco hematopoiéticas alogênico.

Material e Métodos

Esse é um estudo observacional, descritivo, retrospectivo, do tipo relato de caso, no qual foram coletados dados do prontuário físico e eletrônico correspondentes aos sete casos de infecção oral por Actinomyces após transplante de células tronco hematopoiéticas alogênico.

Resultados

Os casos ocorreram em quatro indivíduos do sexo masculino e três do feminino, com idade média de 39,3 anos. Dos pacientes em questão, três tinham leucemia mielóide aguda, dois leucemia mielóide crônica, um leucemia linfoblástica aguda tipo B e um anemia aplástica severa. As infecções foram diagnosticadas no D+5, D+13, D+218, D+315, D+373, D+435 e D+470, apresentando-se em quatro casos como lesões ulceradas dolorosas em cavidade oral, uma delas concomitante à presença de lesões liquenoides; em um caso como aumento de volume extraoral e intraoral com dor à palpação e mobilidade dentária na região acometida; em outro caso como lesão destacável amarela-esbranquiçada ao redor dos elementos dentários, e em outro caso como lesões circunscritas com bordas de aspecto liquenóide. Os diagnósticos foram realizados por meio de citologia esfoliativa e os laudos foram conclusivos para Actinomyces em quatro dos casos, e sugestivo nos demais. Em cinco casos, houve coinfecção por Candida sp. e/ou HSV ou HPV, sendo portanto realizadas terapias antivirais e antifúngicas. Os sete casos foram tratados com antibioticoterapia sistêmica associada à terapia fotodinâmica antimicrobiana em três deles, à laserterapia de baixa potência em dois deles e ao colutório oral à base de digluconato de clorexidina 0,12% em cinco deles, sendo todos resolvidos sem maiores complicações.

Discussão

A infecção oral por Actinomyces é rara em indivíduos imunocompetentes, porém mais comum em imunocomprometidos, a exemplo dos pacientes submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas. O quadro oportunista possui morbidade considerável, com apresentações atípicas e variáveis. Seu diagnóstico diferencial dependerá da apresentação clínica, mas poderá incluir manifestações de mucosite oral e de doença do enxerto contra o hospedeiro nas formas aguda ou crônica. Ademais, a ocorrência de coinfecções pode alterar ainda mais o quadro clínico, dificultando o seu diagnóstico. Quando não diagnosticada precocemente pode implicar em piora em gravidade e até levar o indivíduo ao óbito. Dessa forma, o cirurgião-dentista e sua articulação na equipe interdisciplinar tem papel fundamental na avaliação e acompanhamento desse perfil de pacientes.

Conclusão

Através dos sete casos apresentados, observou-se que a infecção oral por Actinomyces pode apresentar-se de diversas formas em indivíduos imunocomprometidos, entretanto, se realizado o diagnóstico precoce e tratamento eficaz, pode apresentar bom prognóstico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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