De acordo com a legislação vigente para banco de sangue, o serviço de hemoterapia deve realizar exames para infecções transmissíveis pelo sangue com alta sensibilidade em cada doação, a fim de reduzir os riscos de transmissão de doenças em prol da qualidade do sangue doado. Os parâmetros triados devem ser HIV, HTLV, Hepatite C (HCV), Hepatite B (Anti-HBc e HBsAg), Sífilis e doença de Chagas.

Avaliar o descarte sorológico de doadores de sangue da Colsan nos anos de 2019 e 2020.

Foi realizado levantamento das informações da coleta e do descarte sorológico de 309.136 doadores triados em 2019 e 2020 pelo laboratório de sorologia da COLSAN. Os dados foram coletados de relatórios emitidos pelo sistema informatizado utilizado na Instituição (Hemosys) e analisados em indicadores mensais da Instituição.

Em 2019 foram triadas amostras de 160.047 doadores de sangue e o descarte sorológico foi de 1,99% e em 2020 foram triadas amostras de 149.089 doadores de sangue e o descarte sorológico foi de 1,94%. Em ambos os anos os parâmetros com os maiores descartes foram Sífilis (0,77% e 0,79%, respectivamente) e Anti-HBc (0,63% e 0,60%, respectivamente), já o parâmetro com os menores descartes foi HBsAg (0,05% e 0,03%, respectivamente). Os demais parâmetros apresentaram valores medianos comparados com os demais, HCV (0,23% e 0,21%, respectivamente), HIV (0,14% e 0,13%, respectivamente), HTLV (0,12% e 0,13%, respectivamente) e doença de Chagas (0,05% e 0,06%, respectivamente). A metodologia utilizada foi eletroquimioluminescência.

Embora o descarte sorológico seja similar nos dois anos avaliados, observamos um ligeiro aumento no descarte por Sífilis, HTLV e doença de Chagas e os demais parâmetros apresentaram uma queda. Embora os testes sorológicos de banco de sangue sejam para triagem do hemocomponente doado e não diagnóstico é de extrema importância o conhecimento desse dado, pois podem representar tendências em relação à epidemiologia local de cada doença, destacando a importância de políticas de prevenção de saúde.